A revista circula normalmente aos sábados. Desta vez, com o propósito de influenciar no resultado eleitoral, circulou na sexta-feira, anti-véspera da eleição de segundo turno e no dia de debate entre os dois candidatos à presidência da República na emissora de maior audiência do País, a Globo.
A revista trazia o que em jornalismo é chamado de “bomba”: Dilma e seu criador, ex-presidente Lula, sabiam de toda a trama de corrupção na Petrobras - não apenas sabiam como tiraram proveito próprio dela. Veja reproduzia um dos depoimentos do doleiro Alberto Youssef, preso em Curitiba, Paraná, sob regime de delação premiada.
A revista informava a seus leitores que o depoimento de Youssef não apresentava provas do que disse, advertindo, entretanto, que a mentira por quem está sob delação premiada é punida com a perda dos benefícios do regime.
Verdade ou mentira, a edição da revista trouxe tal indignação à militância mais radical pró-Dilma que as instalações de Veja em São Paulo foram invadidas e depredadas e o PT, de Norte a Sul do País, passou a chamar o episódio de golpe.
É um desses episódios sobre o qual a Democracia não pode saltar, sob pena de se desmoralizar. Esclareça-se tudo e puna-se ou a presidente “corrupta” ou a imprensa que “envergonha o jornalismo e a nação”. Se tiver de ser fechada, seja fechada, sem nenhuma contemplação, até porque toda “imprensa golpista” só existe para enlamear a Democracia.