05/10/2014

Votei ! Mandei tucano na cabeça!

        Deputada estadual: cravei Célia Leão, PSDB; deputada federal,votei em minha amiga Mara Gabrilli, tucana também; para senador, votei em José Serra, tucano; para governador, cravei Geraldo Alckmin, do PSDB e finalizei meu voto em Aécio Neves
        Não sou tucano convicto, de carteirinha. Acho que você, em eleição, deve-se deixar levar um pouco pela correnteza, não totalmente, mas um pouco só. Também nunca fui antipetista radical. Diria que sou - sempre fui - um observador atento do cenário político. Já votei no Lula para tentar barrar a ascensão de Collor, meio que intui o desfecho  da chegada de Collor ao poder. Não faz muito tempo, defendi com veemência o PT numa discussão interna do Lucy Montoro ao lado de uma senhora que fez um discurso daqueles figadais contra o PT. E meus argumentos foram até simples: penso que não foi o PT que inventou a corrupção e não se pode negar o peso do partido na melhora e ampliação dos benefícios sociais alcançados pelo Brasil neste período um tanto longo que o partido permaneceu no topo do poder.
        Acho, contudo, que o PT se exauriu dentro do próprio PT. Dilma Rousseff, ao longo de seu primeiro mandato, um pouco por teimosia, um pouco por inexperiência  e com uma grande dose de arrogância, tem proporcionado um fim melancólico ao potencial do PT em produzir mudanças para melhor. Acho que o grande erro de Dilma foi ter-se oposto à volta de Henrique Meirelles ao Banco Central. Ela, Dilma, foi incapaz de perceber que foi ele - e só ele - quem deu sustentação à política econômica nos dois mandatos de Lula. Se não fosse Meirelles, um quadro originalmente do PSDB, o governo de Lula jamais teria alcançado a performance virtuosa que alcançou. Poder, já dizia Espiridião Amin, você tem de pegar com a esquerda e tocar com a direita, como o violino.
        Foi por pensar desse jeito que eu resolvi na última hora pular fora do barco da Marina e cair no barco do Aécio Neves. Foi a correnteza que me levou a fazer esse movimento reverso a duas horas antes de votar. Por ironia do destino, talvez, eu e as pessoas que consegui influenciar, votamos a favor do PT, pois me pareceu óbvio que o PT torcia para Dilma enfrentar Aécio invés de Marina no segundo turno. Deixemos que as urnas dêem o veredicto final após o segundo turno.
        Não estou convencido de que Dilma baterá fácil o mineiro Aécio, mais por ser mineiro e menos por sua candidatura ter consistência superior à de uma candidata que está no poder. As armas dos dois gladiadores serão desiguais. As chances de Aécio estão na sua capacidade de orador contundente e corajoso. Não nos esqueçamos que sua ida para o segundo turno se deveu  com certeza ao seu desempenho no debate da Globo, onde conseguiu cravar a pecha de mentirosa à sua principal adversária por sua participação no episódio da demissão de Paulo Roberto Costa da diretoria de Petrobras: A senhora lançou a demissão premiada de corruptos, esgrimiu Aécio, dono de uma retórica perfeita.
        A mina onde foi encontrada essa pedra rara- Paulo Roberto Costa- ainda é bastante fértil.  


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