14/07/2018

URNAS ELETRÔNICAS, SÓ O BISPO PODE NOS SALVAR


Por Dirceu Pio


        Caro dom Vicente Costa, excelentíssimo bispo católico da Diocese de Jundiaí (SP):

        Peço desculpas por encaminhar a Vossa Excelência um assunto tão profano! Sigo apenas o conselho de minha mãe, uma santa mulher que ao morrer, em 1994, ainda me repetiu: “Quando todos a quem você pediu, falharem, recorra ao bispo!”

        É simples mas importantíssimo: precisamos que o senhor nos livre das urnas eletrônicas!

        Vivemos, o senhor sabe, um momento crucial da nossa ainda jovem e frágil democracia: ou conseguimos limpar, pelo voto, neste 2018, o cenário da política, contaminado que está, gravemente, por  criminosos de toda laia, ou caminharemos com celeridade na direção de um regime ainda mais deletério e assemelhado ao da vizinha Venezuela.

        As providências têm de ser urgentes! O voto é o último bastião da democracia brasileira e ele está na iminência de ser violado!

FATOS, APENAS FATOS

        Não é neurastenia, invencionice ou loucura. É apenas a interpretação pura e objetiva de fatos.

Vamos, pois, a eles:

        1- O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) passou vários meses produzindo uma espessa nuvem de fumaça para impedir que a opinião pública notasse que a instituição não tinha o menor desejo de cumprir a Lei 13.165/2015 que tornou obrigatório o voto impresso.

        2- O Brasil vai usar nas eleições deste ano em torno de 600 mil urnas eletrônicas, das quais 70 mil serão fornecidas pela empresa “venezuelana” Smartmatic. As 530 mil restantes foram adquiridas da Diebold, de origem americana (Cincinati, Ohio).

        3- Por onde passam (EUA, Rússia, Indonésia, etc) a Smartmatic e a Diebold deixam sempre um rastro de  fraude, corrupção e sonegação, mas o TSE nunca esteve preocupado com isso...Ao contrário, há denúncias de que o tribunal favoreceu ilegalmente a Smartmatic em licitação e  entregou à empresa, sem a menor necessidade, toda a criptografia do sistema eleitoral brasileiro...Pior: os segredos do nosso sistema eleitoral (quem vota e onde vota, etc.) foram  entregues a sócios estrangeiros da Smartmatic, não submetidos às leis do sigilo brasileiras.

        6- A Diebold já foi multada em 112 milhões de dólares nos EUA por corrupção e o procurador federal americano, Steven Dettelbach, acusa a empresa de ter “um padrão mundial de conduta criminosa”.

INTERESSE NAS ORCRINS

        7- Há informações de que a Smartmatic está envolvida com impérios financeiros globais com interesse na sustentação política de organizações criminosas da Venezuela e no Brasil.

        8- Está mais do que provado, pelos melhores especialistas em segurança eletrônica do Brasil, que as urnas compradas da Diebold e da Smartmatic, todas de uma  geração super-atrasada, são “inauditáveis”, ou seja, qualquer procedimento de auditoria externa servirá de alerta ao “software trapaceiro” para esconder a trapaça enquanto durar a fiscalização.

        9- Foi mais do que provado também que todas as desculpas emitidas pelo TSE – falta de recursos para compra de impressoras, falta de tempo para implantação – são infundadas. Especialistas comprovaram que há recursos e tempo suficientes para adoção do voto impresso. O que houve foi apenas má vontade e uma  pré-disposição contra a lei, como se tudo tivesse  sido preparado para a fraude.

        10- O TSE dificultou também o máximo que pode a verificação da segurança das urnas eletrônicas, sonegando informações aos especialistas. Mesmo assim, o professor Diego de Freitas Aranha, da Unicamp, universidade que abriga o melhor curso de engenharia eletrônica do Brasil, conseguiu comprovar que as urnas eletrônicas adotadas no Brasil são sim “altamente fraudáveis”.

TESTES COMPROVARAM VULNERABILIDADE

        11- De primeira ou de última geração, as urnas eletrônicas já foram rejeitadas, sempre como prevenção a fraudes eleitorais, em mais de 50 países, entre os quais a França e o Paraguai.

        E foi no dia 06 de junho de 2018 que o STF – Supremo Tribunal Federal derrubou, em quase unanimidade no plenário, a Lei do Voto Impresso sob o pretexto de que ela era inconstitucional.

        Só os ministros do nosso Supremo viram essa inconstitucionalidade e, convenientemente, fecharam os olhos para a fraude que se avizinha.

        Dom Vicente Costa, sabemos o quanto será difícil esta missão que vos entregamos na certeza de que  vossa excelência a receberá e tudo fará para resolvê-la com ajuda de Deus; amém!

        P.S. Reparai, dom Vicente, que este computador cometeu erros de contagem dos itens desta missiva. Foi proposital. Quisemos imitar o procedimento das urnas eletrônicas, capazes de devorar, silenciosamente, quantos votos forem necessários para não eleger adversários dos ungidos pelo “SISTEMA”.