Passávamos o tempo conversando no meu quarto, um contando histórias para o outro. Um dia ela me conta que, antes de começar a trabalhar comigo, havia feito várias entrevistas com os filhos de uma mulher que estava hospitalizada em Valinhos. A missão seria cuidar dessa paciente. Saiu da última entrevista com a certeza de que fora aprovada e seria chamada para iniciar o trabalho dali a três dias:
- O prazo venceu e cadê que me chamam? Fiquei até irritada com a família. Deixei passar uns quatro dias e resolvi ligar para saber o que havia acontecido. É lógico que não podiam ter-me chamado: a paciente havia morrido.
Aí resolvi brincar com a engraçada Edilene:
- Já pensou se ela, a morta, liga e ...
Na mesma hora, Edilene, com uma das mãos imita estar recebendo uma ligação pelo “celular” e “conversa” com a morta:
- Alô, quem fala? Dona Fulana, o que a senhora deseja?
- Vem me ver, Edilene.
- Onde a senhora está, dona Fulana?
- Estou no inferno, Edilene.
No mesmo instante, ainda rindo, meu filho Ives, que ouvira toda a história, desde o começo, diz para Edilene, interpretando também a falecida:
- Parabéns, Edilene. Você acaba de ser promovida: vai cuidar agora do nosso departamento do Além!
- Deus me livre!, reagiu Edilene.
Contei essa história para o pessoal reunido na copa do sétimo andar do Lucy Montoro e todos ali deram boas risadas.
(Desenho de um fantasma com um celular)
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