Elas
estiveram em casa, em Vinhedo, e cantaram, cantaram e cantaram, como dois
rouxinóis, dois encantadores pássaros canoros de rara plumagem. Primeiro
conheci Rita, em Valinhos, na casa de um amigo, Celso Zangelmi, há uns três
anos; Rita cantava sozinha, sua especialidade era verter para o alemão as
melhores páginas do Cancioneiro Brasileiro – Cartola, Pixinguinha, Adoniran
Barbosa.
Era
belíssima mas, era fácil perceber, ao final de cada show, sempre a platéia
reservada, que sobrava-lhe energia. Era evidente que Rita precisava de uma
parceria para se complementar, para dar vazão a todo seu imenso repertório. Não
demorou muito e ela encontrou a parceira perfeita, Dayse (pronuncia-se Deise)
de Jundiaí. Rita mora na vizinha Atibaia e é surpreendente que tenham demorado tanto
tempo para se conhecerem e começarem a cantar juntas – uma parece ter nascido
parceira da outra.
Eu
estava recebendo em casa um pequeno grupo de amigos jornalistas do sul e de
outras localidades do Brasil. Todos profissionais sensíveis, experientes.
Combinei com as duas e programamos um show, na minha casa. Convidei Celso
Zangelmi, que não perde nenhuma oportunidade de revê-las, e ouvi-las. Celso é
uma figura super sensível e experiente; já residiu em quase 100 países
diferentes, como consultor da UNIDO (Organização das Nações Unidas para o
Desenvolvimento Industrial). É amigo de Rita e Dayse e diz para quem quiser
ouvir que o show com as duas é uma das coisas mais encantadoras que ele já viu
em todo o mundo.
Eu
convidei para juntar-se ao grupo de privilegiados o meu amigo escritor
Laurentino Gomes, que veio acompanhado de sua mulher, Carmem. Pedi que me
enviassem cada um cinco linhas de avaliação do show, ainda estou aguardando,
mas deixaram naquela noite impressões de que adoraram o que viram.
O
mesmo pedido eu fiz aos meus amigos da comitiva do Sul; ainda faltam alguns,
mas vejam só o que quatro deles escreveram:
Mauro
Bastos—consultor em marketing político, reside hoje em Itajaí, Santa Catarina:
“A Dayse e a Rita são duas
meninas que decidiram cantar para as pessoas, em um momento de suas vidas
em que a maioria decide calar, engavetar sonhos e abraçar o triste travesseiro
das frustrações. Elas cantam e celebram a alegria de viver nos versos das
canções que não envelhecem. Fazem isso com graça e leveza. São duas meninas encantadas
com a capacidade revelada de seduzir as pessoas. Fazem isso com surpreendente
elegância. São biscoito fino, daqueles que adoçam momentos felizes.”
Ivan
Bueno, fotógrafo, editor e especialista em marketing político:
“Cantam muito, são simpáticas,
agradáveis, alegres. Nos proporcionaram uma NOITE INESQUECÍVEL. Nos
quatrocentos e poucos quilômetros até Curitiba vim ouvindo o CD que as garotas nos
presentearam, pena que eram, daquele imenso e excelente repertório,
somente 7 músicas. Pensei, descendo uma das serras até Curitiba, que às
contrataria para cantarem, se soubesse a data, para a minha subida aos
CÉUS no dia que o corpinho, que muitas mulheres amaram (hahahahahahaha)
for CREMADO”.
Américo
Vermelho, fotógrafo e cinegrafista dos melhores do Rio de Janeiro:
"Rita e Dayse, The Tunned
Oldies": se as duas não existissem nessa atual versão (não quero entrar em
detalhes sobre o que faziam antes de formarem a dupla), teriam que ser
rapidamente inventadas por um cientista maluco beleza! Isto porque,
com sua energia, vigor, qualidade vocal e de repertório, elas estão num patamar
pouco visto no panorama musical brasileiro. Testemunhei isto neste fim de
semana. Foram 7 horas de pura música e alegria.
Que tenham mais 140 anos de estrada. Vieram
para ficar.”
Irmo
Celso Vidor, fotógrafo e advogado de Apucarana, interior do Paraná:
“O show das meninas é de arrepiar!
Afinal, cantar mais de cinco horas para essa platéia, só com muita paixão e
entusiasmo, o que não falta pra elas. Mas as gatinhas não deixaram por menos e
depois de tanto cantar, cantar e cantar, ainda tiveram a "coragem" de
fazer companhia por mais duas ou três horas a fio para esses cinco sessentões
(levemente embriagados). Rita e Dayse, The Tunned Oldies, um ponto fora da
curva, se considerarmos o nível dos músicos brasileiros de hoje.
A afinação da Deyse é incomum. E
a Rita, então? Que mulher!”
Ainda
falta falar muita coisa sobre esse memorável show de Rita e Dayse. Voltarei ao
assunto no próximo artigo.
(Dayse e Rita, um show inesquecível)