28/05/2015

A fábula do rei barbudo

O PT enfiou o país numa profunda crise, que acima de tudo, é de valor. O brasileiro não tem mais em quem e no que acreditar. O castelo de cartas ruiu fragorosamente. A fábula de que o povo elegeria um rei-barbudo, símbolo de talento e honestidade, um rei-barbudo sábio o suficiente para colocar o país no caminho certo, transformando-o num país mais justo, com um povo educado, bem atendido em todas as suas necessidades básicas, virou pó.
E o que nos sobrou? Nada, a  não ser a poeira da estrada que teremos de percorrer para refazer tudo, remontar, tentar encontrar novos caminhos. Dá uma imensa tristeza ver que os heróis do povo eram na verdade um bando de saqueadores, arrogantes, que não sabiam  olhar para os lados, de olhos fixos  no próprio umbigo e capazes de trocar, sem que ninguém percebesse, a generosidade pela crueldade.
Descobrimos, desolados, que o rei-barbudo não passava de um espertinho, fanfarrão, aproveitador. Uma figura malandra, incansável em tirar do poder que o povo lhe deu o máximo de regalias para si e para um dos filhos, hoje considerado um dos homens mais ricos do país.
Estamos enfiados num país sem justiça, violento, cruel. Assistimos impotentes o drama dos brasileiros de valor sendo esfaqueados, sugados, assassinados, tratados como animais pelo sistema de saúde, sem que possamos fazer muita coisa a não ser reclamar, gritar, espernear, gemer. Isto está longe, muito longe de ser o país que nos foi prometido, compramos um país de luxo e nos entregaram um país de merda, um país muito pior do que aquele que receberam há 15 anos atrás. Se pelo menos nos devolvessem... Mas não ! Estão agarrados a ele de unhas e dentes, já devoraram a carne, sugaram o sangue e se prendem agora aos despojos com garras  atoladas até o talo ,  acenando com mais crueldade.
          Ninguém sabe onde iremos parar. Graças a Deus, embora tarde, muito tarde , o povo percebeu o logro e emite sinais claros de que PT NUNCA MAIS.  


25/05/2015

Cadê o dinheiro do Corinthians?

Falta jornalismo neste país! Não faz nem um ano que o Corinthians Paulista esbanjava dinheiro e era um clube que finalmente deixara os pesadelos financeiros para trás e de repente não mais que de repente ficamos sabendo que o salário dos atletas está atrasado meses. Há informações de que, para regularizar a situação, foi obrigado a recorrer a empréstimo bancário e aos juros extorsivos do mercado.
Na última partida pelo brasileiro, contra o Fluminense, repetiu o futebol burocrático das partidas anteriores e pode-se dizer que o resultado foi injusto para o medíocre time carioca, único a criar reais chances de gol.
O mais espantoso é que a mídia não explica o que aconteceu; onde, afinal,  enfiaram a grana do clube? Os corintianos estão sendo obrigados a se adaptar a uma inesperada crise financeira, que já se reflete em campo. O time teve uma sofrida e precoce despedida da Libertadores e tem vencido os primeiros jogos do Brasileiro jogando um futebol burocrático, incapaz de despertar grandes emoções de sua torcida, ainda abalada pelo insucesso na Libertadores.
E há mais: o clube começa a perder seus talentos por falta de grana. Esta foi uma semana sinistra para o time: perdeu dois de seus melhores talentos – Guerrero e Emerson – devem bater em retirada, pois não havia dinheiro para segurar o artilheiro importado do Peru nos tempos de bonança e nem o ídolo da torcida, um jogador que havia incorporado perfeitamente a alma corintiana.
Mas onde foi parar o dinheiro do Corinthians? Só espero que não tenha ido parar no bolso do filho do Lula, pois é improvável que o padrinho político tenha feito de graça tudo o que fez pelo time.
Enquanto nossa crônica esportiva, tão alegrinha, não esclarece o mistério ,o negócio é levantar, ainda que de brincadeira, todo tipo de hipótese, inclusive esta de que o líder político embolsou a grana do clube a título de comissão pelos “relevantes serviços prestados” durante a definição e construção do magnífico estádio de Itaquera.

Um outro corintiano comenta: “Cadê o dinheiro e cadê a Democracia Corintiana?” 

        
(Há dúvidas que Lula tenha ajudado o seu time de graça)

21/05/2015

Apresentadores da Notícia

               Saiu do teleprompter, danou-se ! Os apresentadores da notícia no Brasil estão longe, muito longe, de alcançar a performance dos âncoras norte-americanos, os melhores do mundo em improvisos diante das câmeras. Aqui, ninguém escapa do crivo rigoroso do telespectador, nem mesmo o poderoso e desinibido Wiliam Bonner, editor, apresentador e âncora do mais importante noticioso da emissora-líder de audiência, o Jornal Nacional, que ainda esta semana foi obrigado a pedir desculpas por haver dito que um hacker, que conseguiu penetrar no sistema de um avião , “tinha cara de maluco”.
               Aqui na província tupiniquim custam a entender que ninguém que esteja a serviço de uma TV tem o direito de interferir de modo desrespeitoso numa informação. Ser âncora não significa ter o direito de falar o que quiser sobre personagens e fatos. Há que respeitar as pessoas e os telespectadores.
              É essa obrigação que traz uma fieira de outros deveres a apresentadores, e jornalistas. O jornalista, que é jornalista, não pode fazer publicidade de nenhuma espécie. Ainda recentemente escrevi um pequeno artigo para dizer que certos personagens, como Pedro Bial e Fátima Bernardes, ele apresentador do símbolo de futilidade da TV brasileira, o BBB, e ela dona de um programa matinal de entretenimento com o seu nome, a rigor deram por encerrada sua até próspera carreira jornalística ao optarem por fazer o que fazem hoje. Com o agravante de que ambos decidiram faturar alto com publicidade, ela fechando um contrato milionário com um fabricante de mortadela e outros embutidos condenados por nutricionistas como alimento de cardíacos  e diabéticos, e ele, entre vários outros, com a líder de vendas em automóveis.
             Posso estar enganado, mas a Globo ainda poderá pagar, lá na frente, um preço bem alto pelo excesso de liberdade que dá a seus atores, jornalistas, apresentadores. Essas coisas vão corroendo a credibilidade da emissora até o dia em que ela será forçada a parar para por ordem “no galinheiro”. É inimaginável que a emissora-líder trabalhe sem um código de ética que passe a enquadrar a todos – atores, atrizes, apresentadores – e que determine o grau de liberdade que as pessoas que tiverem vínculo empregatício sejam obrigados a seguir. E talvez o momento de impor um código seja agora, antes que ela seja desbancada da condição de líder.

17/05/2015

Uma nova agenda para os protestos!

Vou tentar construir aqui uma agenda para os próximos protestos populares, pois a agenda baseada no “Fora Dilma” já foi superada. Como se trata de uma missão muito grande, peço ajuda a meus leitores, pois seria muita pretensão escrevê-la sozinho e aqui solitariamente. O que me parece óbvio é que há necessidade de uma agenda para que os protestos não se transformem em algo disperso e vago, pois assim perderão em eficiência e racionalidade e capacidade de mobilização.
Vamos por itens:
1. O “Fora Dilma” precisa ser transformado em “Fora Renan”, o presidente do Senado. Renan está atolado até o pescoço na corrupção da Petrobras e continua dando cartas num posto privilegiado a assistir tudo e influenciar tudo, como se fosse um vestal. Renan é um câncer instaurado na maior casa de leis e normas do país e precisa sair dali com urgência.
2. Zelar para que a delação premiada de Ricardo Pessoa, o presidente da UTC/Constran, não tenha retrocesso. É importantíssimo para o desenvolvimento da Lava Jato que também um representante das empresas conte tudo o que sabe. E o ministro Teori Zavascki, do STF, tem o poder de barrá-la, pelo que dizem os jornais.
3. Apoiar o juiz Sérgio Moro para que ele siga com o mesmo destemor até o fim da Lava Jato, doa a quem doer. Boa parte da população já compreendeu isso e tem recebido Moro com fortes aplausos em todas as suas aparições públicas, em manifestações, por enquanto, restritas a Curitiba. É preciso nacionalizar isso e fazer com que a compreensão de que ele é um brasileiro de 1ª. classe seja um sentimento manifesto com grande força de norte a sul do país.

Esta é a minha contribuição para a nova agenda popular neste instante. Espero que meus leitores ajudem a espalhá-la por todos os cantos do país e contribuam para alargá-la com coisas relevantes.


14/05/2015

O que aconteceu com Ricardo Pessoa?

        Ricardo Pessoa, presidente da construtora UTC, tido como coordenador do lobby das empreiteiras na Petrobras pediu – e já foi aceita – delação premiada, faltando apenas o aval do ministro Teori Zavascki. Isto contraria a tese do repórter Juliano Basile, do Valor Econômico, de que a libertação de Ricardo Pessoa junto com mais oito executivos das empreiteiras, tinha por objetivo, entre outros, impedir que ele pedisse delação premiada (Leia meu texto anterior para entender porque).

        Escrevi ao Juliano Basile o recado abaixo e ele respondeu:
“Sou jornalista e tenho um Blog. Postei ainda na segunda-feira uma matéria baseada no seu belo texto publicado no Valor, sobre a formação do trio no STF para conter o Moro. Acontece Juliano, que vi agora pouco no jornal da Globo, que o Ricardo Pessoa, pediu delação premiada em Brasília. Você poderia fazer a gentileza de responder o que aconteceu e qual o significado desse pedido para eu publicar no meu Blog ? Abraço, Dirceu Pio”.


Resposta de Juliano Basile:
“Dirceu, algo aconteceu entre a soltura dele e a ida hoje para Brasília. Acho que ele não quer mais voltar à prisão. Mas é algo que temos que apurar. Seguimos nos falando. Abs!”

11/05/2015

Luz no fim do túnel?

Entre os jornais impressos figura o especializado em economia, Valor Econômico, lançado há uns 20 anos atrás, com capital subscrito por dois jornalões de interesse geral – Folha de São Paulo e o Globo –, este pertencente ao mesmo grupo da líder em audiência TV Globo. É recomendável a todos prestar bastante atenção no Valor, de baixa tiragem, mas que, ao que tudo indica, tem sido usado pelos seus donos para publicar aquilo que eles não têm coragem de divulgar.
Um bom exemplo dessa manobra surgiu em meio à cobertura da Operação Lava Jato. Só o Valor publicou a única matéria digna e completa sobre a libertação dos executivos das empreiteiras envolvidas no escândalo de Petrobras. Eu não assino o Valor, mas amigos atentos, como o jornalista Mauro Bastos, hoje vivendo em Itajaí, Santa Catarina, sempre me envia o que o jornal publica de melhor. Sempre que acho conveniente compartilho com meus leitores o material que recebo, como esse, magnífico (como diria Millôr Fernandes, jornal é isso. O resto é armazém de secos e molhados):


Teori, Toffoli e Gilmar vão conter Moro
Por Juliano Basile
De Brasília

A decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de libertar da prisão nove executivos que foram presos pela Operação Lava-Jato começou a ser configurada há 50 dias com a ida do ministro José Antonio Dias Toffoli para a 2a Turma da Corte — justamente a responsável por julgar os recursos contra a operação.
Um dos mais calados durante o julgamento, Toffoli ajudou a consolidar a maioria de três votos a dois que libertou o líder do suposto cartel das empreiteiras, o presidente da UTC, Ricardo Pessoa, e mais oito executivos.
O tom jurídico do julgamento foi dado pelo relator, ministro Teori Zavascki, para quem as prisões não podem ser alongadas se a maioria dos procedimentos de apuração de crimes — coleta de documentos e oitiva de testemunhas de acusação — já foi realizada.E o tom político foi dado pelo ministro Gilmar Mendes, que comparou o escândalo da Petrobras com os desvios ocorridos no mensalão.
Foi Mendes quem propôs, em 10 de março passado, que um integrante da 1a. Turma do STF fosse enviado à 2a. Turma para completar o quórum antes da indicação de um novo ministro pela presidente Dilma Rousseff e, com isso, evitasse que a nomeação viesse aliada ao fato de que o escolhido iria julgar a Lava-Jato.
Uma semana depois, Toffoli, que, nos últimos meses, votou junto com Mendes em diversas questões importantes tanto no STF como no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), estava na 2ª Turma. Esse trio de ministros — Zavascki, Toffoli e Mendes — formou a maioria de votos que vai conduzir os caminhos da Operação Lava-Jato na 2ª Turma. Trata-se de uma maioria não eventual que vai conter os atos do juiz Sérgio Moro, responsável pelos autos da Lava-jato, em Curitiba. Moro terá os seus atos reapreciados pelo STF, onde esse trio de ministros poderá corrigir os seus rumos.
A expectativa é a de que essa correção não se restrinja aos nove habeas corpus concedidos na última terça-feira, pois há uma diferença entre as concepções de Justiça de Moro e a dos ministros que formaram a nova maioria nos autos da Lava-Jato e ela certamente terá repercussões em novos julgamentos.
Enquanto o juiz de Curitiba acredita que o bem maior, numa decisão, é a proteção da sociedade contra os criminosos, a maioria que foi formada na 2a Turma do STF entende que o que deve ser observado são as garantias e os direitos individuais dos acusados. Foi nesse sentido que Zavascki, Toffoli e Mendes concederam os habeas corpus, deixando vencidos os ministros Celso de Mello e Cármen Lúcia Antunes Rocha, que concluíram que deixar Pessoa solto poderia abrir espaço para que o Executivo atuasse de modo a comprometer o andamento das investigações.
O impacto da concessão dos nove habeas corpus será imenso na Lava-Jato. A decisão reduziu muito as chances de a Operação ter novas delações premiadas de executivos que detêm informações sobre os desvios de bilhões de reais ocorridos na Petrobras. Uma vez soltos, os incentivos para que eles colaborem se tornaram bem menores. Em consequência, o trabalho do Ministério Público e da Polícia Federal será maior. As autoridades terão que continuar seguindo o caminho do dinheiro, examinando provas, ouvindo depoimentos e redigindo as peças capazes de levar a condenações, sem um delator-chave capaz de revelá-lo de imediato.
Caso Pessoa contasse às autoridades o que sabe, a expectativa é a de que a Lava-Jato teria um enorme avanço em termos de provas e de tempo. Se com base em duas delações — do ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa e do doleiro Alberto Youssef — o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, indiciou mais de 50 políticos ao STF, a tendência é a de que a colaboração de um dos líderes do cartel não apenas reforçasse ainda mais as provas já colhidas como abrisse espaço para novos indiciamentos.
Outra consequência da decisão é que aumentam as chances de prescrição, já que o tempo para as autoridades apurarem os crimes será mais extenso.
Por fim, sem a assinatura de novas delações, o Ministério Público e a Polícia Federal continuarão com os advogados dos executivos que foram soltos como fortes adversários. Eles devem permanecer contestando cada ato da acusação e o farão de maneira exaustiva.
Segundo um levantamento apresentado, em 20 de março, pelo procurador Deltan Dallagnol, que coordena a força-tarefa da Lava-Jato, em Curitiba, a defesa dos acusados apresentou mais de 165 pedidos de habeas corpus e para cada um deles há seis chances de julgamento em vários tribunais.
Uma vez soltos e sem a assinatura de novos acordos de delação, os acusados terão todas as condições para aumentar ainda mais esse número. E, agora, contam com maioria eventual no STF para corrigir os rumos a serem tomados pelo juiz que conduz os autos da Operação.
A decisão foi a maior vitória dos acusados desde o início da Lava-Jato.


04/05/2015

O fim melancólico dos jornais impressos

É para mim dolorido escrever isso, mas há momentos em que a percepção do jornalista se impõe sobre todo o resto. Os jornais impressos estão morrendo, resta saber quem ou o que lhes dará o tiro de misericórdia. Não queria estar na pele de quem responde pelo orçamento de nenhum deles. Imagino que deve ser uma luta insana para fechar as contas, todos os anos.
Os sobreviventes dão sinais de fraqueza todos os dias. Desisti de sugerir estratégias de resistência, objeto de artigos que escrevi para o Observatório de Imprensa há uns dois anos atrás. Eu também desisti deles, cancelando assinaturas da maioria, fiquei, na verdade, com uma assinatura bissemanal do Estadão, cedendo às sugestões da mulher que cansou de reclamar, assim: é dinheiro jogado fora, você não lê.
Ela estava certa. Mesmo os dois jornais que recebo por semana, não leio. A assinatura bissemanal também é dinheiro jogado fora, pois passo os olhos pela primeira página e desisto de abri-lo tal a repetição de notícias que vejo, cada vez mais completas, pela televisão.
Houve uma época que os jornais impressos pautavam a TV. Hoje, os impressos ficaram para trás, não conseguem acompanhar o ritmo da Televisão, muito mais completo e dinâmico. É o fim da linha para os jornais impressos, que há muito tempo deixaram de ser indispensáveis sobre a mesa do café da manhã. Quem quiser iniciar o dia bem informado liga a TV e, em seguida, o rádio, também uma mídia que esbanja vitalidade nestes dias difíceis.
Gostaria de conhecer a opinião de leitores e outros jornalistas sobre isto. É hora de todos os cidadãos saírem do silêncio, para o bem do País e do direito de todos de serem bem informados.

Escrevam para este Blog, escrevam...