21/05/2015

Apresentadores da Notícia

               Saiu do teleprompter, danou-se ! Os apresentadores da notícia no Brasil estão longe, muito longe, de alcançar a performance dos âncoras norte-americanos, os melhores do mundo em improvisos diante das câmeras. Aqui, ninguém escapa do crivo rigoroso do telespectador, nem mesmo o poderoso e desinibido Wiliam Bonner, editor, apresentador e âncora do mais importante noticioso da emissora-líder de audiência, o Jornal Nacional, que ainda esta semana foi obrigado a pedir desculpas por haver dito que um hacker, que conseguiu penetrar no sistema de um avião , “tinha cara de maluco”.
               Aqui na província tupiniquim custam a entender que ninguém que esteja a serviço de uma TV tem o direito de interferir de modo desrespeitoso numa informação. Ser âncora não significa ter o direito de falar o que quiser sobre personagens e fatos. Há que respeitar as pessoas e os telespectadores.
              É essa obrigação que traz uma fieira de outros deveres a apresentadores, e jornalistas. O jornalista, que é jornalista, não pode fazer publicidade de nenhuma espécie. Ainda recentemente escrevi um pequeno artigo para dizer que certos personagens, como Pedro Bial e Fátima Bernardes, ele apresentador do símbolo de futilidade da TV brasileira, o BBB, e ela dona de um programa matinal de entretenimento com o seu nome, a rigor deram por encerrada sua até próspera carreira jornalística ao optarem por fazer o que fazem hoje. Com o agravante de que ambos decidiram faturar alto com publicidade, ela fechando um contrato milionário com um fabricante de mortadela e outros embutidos condenados por nutricionistas como alimento de cardíacos  e diabéticos, e ele, entre vários outros, com a líder de vendas em automóveis.
             Posso estar enganado, mas a Globo ainda poderá pagar, lá na frente, um preço bem alto pelo excesso de liberdade que dá a seus atores, jornalistas, apresentadores. Essas coisas vão corroendo a credibilidade da emissora até o dia em que ela será forçada a parar para por ordem “no galinheiro”. É inimaginável que a emissora-líder trabalhe sem um código de ética que passe a enquadrar a todos – atores, atrizes, apresentadores – e que determine o grau de liberdade que as pessoas que tiverem vínculo empregatício sejam obrigados a seguir. E talvez o momento de impor um código seja agora, antes que ela seja desbancada da condição de líder.

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