26/01/2016

O clima e a mentira que parece verdade

        É preciso muita perspicácia para interpretar as informações que recebemos, agora em profusão pela internet. Muita “mentira que parece verdade” vem junto com os pacotes informativos e é muito difícil separar o joio do trigo. E a mídia – toda ela – é muitas vezes venal e criminosa.
        Vejam o caso do CFC, lembram-se? Foi-nos vendido como um veneno que destruía a camada de ozônio e assim permitiria que os raios ultravioletas atacassem a humanidade e matassem a todos de câncer. Pois bem, hoje não se fala mais nisso e todos aceitamos pagar vinte e tantas vezes mais pelo substituto do CFC. Tudo não passou de uma jogada da indústria para elevar o preço do gás do frio, ela que estava encurralada pelos preços antigos e ridículos do CFC (sigla também usada para designar compostos de clorofluorcarbonos, o popular gás de geladeira).
        Quem pela primeira vez me alertou para a tramoia da indústria de CFC foi Luiz Carlos Molion, professor-meteorologista e pesquisador da Universidade de Alagoas e um cientista sério, profundo, respeitável; é ele que nos tem alertado para outra possível tramoia ainda em curso: a teoria do efeito estufa ou do aquecimento global.
        Eu sempre fiz um esforço danado para acreditar na teoria do efeito estufa, segundo a qual têm-se acumulado gases de carbono na atmosfera, resultado da queima de petróleo em toda parte e esses gases é que passaram a influenciar os níveis de temperatura no planeta, mais que o sol, mais que os oceanos; é difícil, muito difícil, engolir isso. Tenho preferido, até segundo prova irrefutável em contrário, ficar com os dizeres de Molion, para mim muito mais coerentes.
        Ele nos diz: “O CO2 – monóxido de carbono, grande vilão do aquecimento global – é o gás da vida, sem ele não existiria vida na Terra”, “A temperatura do Planeta é determinada de baixo para cima e não de cima para baixo, como pregam os defensores do efeito estufa”, “Sol e os oceanos influenciam fortemente a temperatura na Terra, muito mais que qualquer outro fenômeno”, etc, etc, etc.
        Os fenômenos extremos – seca, furacões, inundações, etc – sempre fizeram parte da vida do planeta, com maior ou menor intensidade e frequência, a depender de aquecimentos e resfriamentos dos oceanos (El Ninõ, La Ninã) e dos ciclos do sol, que produz mais ou menos energia ao longo do tempo. É o que prega Molion, sempre muito solitário.
        Por que o surgimento da teoria do efeito estufa com tanta força e tanto apelo de marketing? O próprio Molion não sabe ao certo, tem apenas suspeitas: as reservas de petróleo do planeta estão perto do fim e é preciso impedir que os países produtores deem as cartas sozinhos, pois colocariam o preço do produto na estratosfera. A teoria do efeito estufa serviria, portanto, para reduzir a dependência mundial do petróleo e enfraquecer o poder dos países produtores.
        Minha visão do clima é, eu diria, mais pragmática: o desmatamento feérico da região de Campinas, por exemplo, fez com que a temperatura regional subisse pelo menos dois graus, na média. Isto é crível, porque é perceptível: a cultura de café desapareceu da região porque as plantas, devido ao calor, não retinham mais as flores e a produtividade desabou.
        Uma pesquisa de campo já concluiu que a poluição do ar tem reduzido a expectativa de vida do morador de São Paulo em pelo menos dois anos. Também é crível e se pode constatar pelas dificuldades respiratórias de quem circula pelas avenidas marginais da cidade, com seu trânsito congestionado durante várias horas ao dia.
        O Vale do Rio Doce, entre Minas Gerais e Espírito Santo, nunca mais conseguirá recuperar sua biodiversidade depois do desastre criminoso provocado pela mineradora Samarco. Já não se pode duvidar disso.

        A Samarco, é claro, não pode continuar minerando no Brasil. É hora de cassarmos sua outorga de mineração antes que ela provoque mais um desastre. Assine o abaixo-assinado:





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