06/07/2015

Terceirização, mais uma tese demagógica do PT

        É uma espécie de Lei de Murphy: se uma relação de trabalho precisa ser “terceirizada”, ela será terceirizada, não importa a legislação ou qualquer outro tipo de legalismo. Sempre foi assim. É uma imposição do mercado de trabalho, nem sempre rejeitada pelos trabalhadores.
        A pequena empresa sempre dependeu da terceirização para sobreviver. O problema é que o PT entende mais de corrupção do que de pequena empresa, uma lástima. As lideranças do partido se aferram ao legalismo da relação de trabalho, esquecendo-se que o emprego, no Brasil, foi de tal modo sobrecarregado de obrigações sociais que, em muitos casos, só vai sobreviver pela informalidade ou pelo que o PT chamaria de ilegalidade. E o que é mais vantajoso para a classe trabalhadora? Um emprego terceirizado, mas um emprego, ou nenhum emprego, desemprego e recessão da economia?
        A opção é bem essa, em muitos casos. O empresário sabe fazer conta: a arcar com encargos sociais que podem representar até 200% de acréscimo na folha de pagamento, ele muitas vezes vê-se obrigado a terceirizar para deixar o custo do emprego ao alcance de sua empresa; é, antes de tudo, uma questão de sobrevivência.
        O PT talvez não saiba disso, mas deveria saber que nem todas as atividades da grande empresa podem ser terceirizadas. Serviços de atendimento a clientes, por exemplo, não podem; a relação com clientes tem de ficar sempre no core-business, ou seja, na formalidade; no mundo inteiro, empresas que terceirizaram atividades do atendimento a clientes tiveram de voltar atrás.
        A pequena empresa sempre teve relações de trabalho muito saudáveis com seus colaboradores, na total informalidade. É possível pagar salários melhores na informalidade, de modo que muitos trabalhadores preferiam a informalidade, sempre que conseguiam uma relação franca, honesta, transparente com seus patrões, o que nunca foi exceção à regra.
        Se o PT conseguir impor barreiras intransponíveis à terceirização, temos de nos preparar para o pior; a primeira consequência será o surgimento de um abismo intransponível entre o país e o pleno emprego; a segunda consequência será uma profunda recessão, da qual não conseguiremos sair tão cedo.


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