Há
sete anos, calculava-se em 10 bilhões de dólares a soma de recursos desviados
da Petrobras; foi no comecinho da operação Lava Jato. O cálculo hoje está em 19
bilhões de dólares, ou sejam: mais de 60 bilhões de reais. A conta ainda não
foi fechada: ninguém pode duvidar que, mesmo sem correção desse dinheiro, o
desvio chegue a 30 bilhões de dólares ou mais; sabemos lá o volume de sujeira
enfiado embaixo do tapete.
Fiquemos
em 19 bilhões. Já é, sem a menor dúvida, o maior roubo perpetrado contra uma instituição
pública no mundo.Um recorde que vai-nos envergonhar por muitos e muitos anos.
Façamos o registro histórico: o roubo teve início no último governo Lula e foi
intensificado loucamente no governo Dilma.
Sejamos
honestos: um roubo desse porte não passa despercebido pela cúpula governamental,
pois reflete em orçamento, execução de obras, desempenho do governo em quase
todos os setores. Tanto Lula quanto Dilma sabiam do andamento da roubalheira,
como já afirmou a revista Veja e se não deram nenhum alarme é porque de algum
modo tiravam proveito da roubalheira. Se
é impossível combater a corrupção, o negócio é nos locupletarmos – pensaram.
Deveriam no mínimo ser – os dois – responsabilizados por negligência, omissão,
conivência.
A
operação Lava Jato – faça-se justiça a seus autores e executores – é da autoria de juízes e promotores, sem nenhum
incentivo do governo, muito pelo contrário. Ainda em recente entrevista ao
jornal Folha de S. Paulo, Dilma fez críticas à metodologia da Operação, o que
vale dizer que ela não teve mesmo nada a ver com isso.
Quando
a soma total do roubo estava em dez bilhões de dólares, há sete anos, foi feito
um estudo publicado pelo jornal Folha de S. Paulo que mostrava que o montante
representava um valor maior ou equivalente ao PIB de 52 países, entre os quais
estavam Haiti, Laos, Macedônia, Armênia. Acho esse estudo pouco elucidativo da dimensão
da roubalheira. Muitas e muitas pessoas nem sabem o que é PIB (Produto Interno
Bruto) e nem como é calculado.
Achei
melhor encontrar um indicador mais palatável para a grande massa da população: a
cesta básica, que durante o mês de junho custava 370 reais no Rio de Janeiro.
Usei o Rio como base do cálculo por ser um estado de custo médio da cesta, nem
o preço mais alto (SP), nem o mais baixo (SE).
Com
o dinheiro surrupiado da Petrobras até agora, 19 bilhões de dólares ou 61 bilhões e 370 milhões de reais, seria
possível adquirir 16 milhões de cestas básicas a R$ 370 cada uma. Com isto,
alimentar:
· 3 milhões e 455 mil famílias por um ano;
· ou um milhão 727 mil famílias por dois anos;
· ou um milhão 151 mil 839 famílias por três
anos;
· ou 863.879 famílias por quatro anos;
· ou 431.939 famílias por oito anos;
· ou ainda 345.551 famílias por dez anos.
Este é um cálculo grosseiro, que não leva em
conta o que é possível fazer, na forma de benefícios sociais, apenas com os
juros desse dinheiro. O assalto à Petrobras foi o que pode ser chamado de crime
hediondo – esse roubo vai perpetuar o estado de miséria de milhares de famílias
brasileiras.
(Imagem do Blog do Parrini)
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