Um amigo deixou um exemplar do Brasil
Econômico sobre minha mesa há cerca de dois meses e apenas ontem de manhã,
depois de informado que o jornal foi fechado, dei uma folheada nele para tentar
responder a pergunta que me faço com certa frequência: porque os jornais de
economia não conseguem imitar o pioneiro Gazeta Mercantil, que parou de
circular há cerca de quatro anos e continua até hoje inigualável ? O
Brasil Econômico, editado pelo grupo português Engesa, durou seis anos, mas
quem acompanhou sua trajetória sabia dizer que seria um jornal de “voo curto”,
embora tenha introduzido no mercado algumas inovações de formato e paginação.
Era um tabloide colorido e, digamos, bem bonitinho.
Formato e cor – ficou comprovado – não são capazes de penetrar na alma dos leitores tanto quanto penetrou a Gazeta Mercantil, cujo desaparecimento deixou muita saudade até hoje sentida. Mesmo o Valor Econômico, resultado de uma estratégia pensada por Folha de S. Paulo e O Globo com objetivo de ocupar o espaço que estava sendo deixado pela Gazeta, já metida em profunda crise, não conseguiu até agora emular o jornal que inspirou seu lançamento.
O Brasil Econômico se vai agora e, a não ser os profissionais que nele trabalhavam, não haverá ninguém a lamentar. Foi um jornal que não pegou.
A Gazeta Mercantil foi, enquanto durou, um jornal necessário às corporações empresariais de todo o país. Era utilizado para monitoramento de todos os mercados. Publicava diária e infalivelmente páginas e mais páginas com os indicadores financeiros. Era insubstituível para consultas. O noticiário servia para permitir análises vigorosas do desempenho de setores, destacando negociações, fusões, incorporações, inovações importantes, tudo calçado por boa visão dos mercados regionais.
Fui diretor regional da Gazeta durante seis anos. Trabalhava como “Publisher”, de modo que estive em contato direto com leitores e assinantes. O jornal era venerado por seu público. A crise, que eclodiu com furor no comecinho do novo século, causou consternação. Há certos produtos de sucesso que são mesmo inimitáveis.
Certa vez, marquei uma conversa com um dos diretores do Brasil Econômico com intenção de vender a ideia de por o jornal no mercado de tempo real. Tinha uma longa e sólida experiência na difusão de informações pelo meio eletrônico e achava que a sustentação de jornais de economia e negócios dependeria da receita que poderia vir do “real time”. Saí da conversa indignado. O homem “entendia” mais de tempo real que eu.
É a arrogância – uma praga – que mata a inovação e o desenvolvimento de muitas empresas. Uma pena!
Formato e cor – ficou comprovado – não são capazes de penetrar na alma dos leitores tanto quanto penetrou a Gazeta Mercantil, cujo desaparecimento deixou muita saudade até hoje sentida. Mesmo o Valor Econômico, resultado de uma estratégia pensada por Folha de S. Paulo e O Globo com objetivo de ocupar o espaço que estava sendo deixado pela Gazeta, já metida em profunda crise, não conseguiu até agora emular o jornal que inspirou seu lançamento.
O Brasil Econômico se vai agora e, a não ser os profissionais que nele trabalhavam, não haverá ninguém a lamentar. Foi um jornal que não pegou.
A Gazeta Mercantil foi, enquanto durou, um jornal necessário às corporações empresariais de todo o país. Era utilizado para monitoramento de todos os mercados. Publicava diária e infalivelmente páginas e mais páginas com os indicadores financeiros. Era insubstituível para consultas. O noticiário servia para permitir análises vigorosas do desempenho de setores, destacando negociações, fusões, incorporações, inovações importantes, tudo calçado por boa visão dos mercados regionais.
Fui diretor regional da Gazeta durante seis anos. Trabalhava como “Publisher”, de modo que estive em contato direto com leitores e assinantes. O jornal era venerado por seu público. A crise, que eclodiu com furor no comecinho do novo século, causou consternação. Há certos produtos de sucesso que são mesmo inimitáveis.
Certa vez, marquei uma conversa com um dos diretores do Brasil Econômico com intenção de vender a ideia de por o jornal no mercado de tempo real. Tinha uma longa e sólida experiência na difusão de informações pelo meio eletrônico e achava que a sustentação de jornais de economia e negócios dependeria da receita que poderia vir do “real time”. Saí da conversa indignado. O homem “entendia” mais de tempo real que eu.
É a arrogância – uma praga – que mata a inovação e o desenvolvimento de muitas empresas. Uma pena!
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