Quando bate, a solidão de um cadeirante
é muito mais solidão; isto por várias razões, mas a principal delas é a
imobilidade bem casada com a inacessibilidade.
Mesmo em casa, a falta de acesso é exasperante, por maior que seja o apoio de familiares e cuidadores. É um eterno precisar das pessoas ao seu redor, muitas vezes ao dia – para ligar o computador (puseram o raio de uma tomada atrás da mesa); para fazer xixi (algumas coisas), e cocô (para quase tudo); para deitar na cama e levantar; tomar remédios (e são muitos!) na hora certa e por aí vai... Devo passar pela terceira internação no Lucy Montoro por esses dias; lá eles trabalham muito a independência dos pacientes, espero sair de lá nesta terceira vez ainda menos dependente do cuidador, e se nada atrapalhar, posso até sair andando. Deus o permita!
Sinto uma saudade imensa de meus amigos da Ibiraquera (uma praia encantadora de Imbituba, Santa Catarina). Passei lá mais de 20 dessas férias anuais, longas, onde construímos, uma depois da outra, três canchas de bochas, sempre atrás do bar do Zequinha, que durante muito tempo nos servia uma cachaça curtida no butiá, uma das delícias da vida. Hoje, o bar do Zequinha transformou-se num desses restaurantes metidos a besta para veranistas e perdeu todo o charme e o encanto, não serve mais a cachaça com butiá e nem os deliciosos peixinhos fritos pescados pelo dono, exímio tarrafeiro. Ah, ia me esquecendo de dizer: os filhos do Zequinha, ex-pescadores transformados em pequenos empresários, esticaram o restaurante lá para trás até não poder mais e demoliram a cancha de bocha, transformada em algo que nunca lhes trouxe boas lembranças.
Meus amigos da Ibiraquera (Jaime, Fermiano, Sadi, Volnei, Alcebíades, Pão-de-Milho, Mestre Artur, Zezo, Sérgio Grando, Zequinha), hoje, parecem fugir de mim como o diabo foge da cruz. Nunca nenhum deles me fez uma visita, me deu um telefonema, me escreveu uma carta ou mandou-me um e.mail. Todos sabem o que aconteceu comigo em julho de 2013. Como me disse uma vez meu filho mais velho, Eli, “amor de praia não sobe a serra”.
Mesmo em casa, a falta de acesso é exasperante, por maior que seja o apoio de familiares e cuidadores. É um eterno precisar das pessoas ao seu redor, muitas vezes ao dia – para ligar o computador (puseram o raio de uma tomada atrás da mesa); para fazer xixi (algumas coisas), e cocô (para quase tudo); para deitar na cama e levantar; tomar remédios (e são muitos!) na hora certa e por aí vai... Devo passar pela terceira internação no Lucy Montoro por esses dias; lá eles trabalham muito a independência dos pacientes, espero sair de lá nesta terceira vez ainda menos dependente do cuidador, e se nada atrapalhar, posso até sair andando. Deus o permita!
Sinto uma saudade imensa de meus amigos da Ibiraquera (uma praia encantadora de Imbituba, Santa Catarina). Passei lá mais de 20 dessas férias anuais, longas, onde construímos, uma depois da outra, três canchas de bochas, sempre atrás do bar do Zequinha, que durante muito tempo nos servia uma cachaça curtida no butiá, uma das delícias da vida. Hoje, o bar do Zequinha transformou-se num desses restaurantes metidos a besta para veranistas e perdeu todo o charme e o encanto, não serve mais a cachaça com butiá e nem os deliciosos peixinhos fritos pescados pelo dono, exímio tarrafeiro. Ah, ia me esquecendo de dizer: os filhos do Zequinha, ex-pescadores transformados em pequenos empresários, esticaram o restaurante lá para trás até não poder mais e demoliram a cancha de bocha, transformada em algo que nunca lhes trouxe boas lembranças.
Meus amigos da Ibiraquera (Jaime, Fermiano, Sadi, Volnei, Alcebíades, Pão-de-Milho, Mestre Artur, Zezo, Sérgio Grando, Zequinha), hoje, parecem fugir de mim como o diabo foge da cruz. Nunca nenhum deles me fez uma visita, me deu um telefonema, me escreveu uma carta ou mandou-me um e.mail. Todos sabem o que aconteceu comigo em julho de 2013. Como me disse uma vez meu filho mais velho, Eli, “amor de praia não sobe a serra”.
(Praia Ibiraquera)
Dirceu, meu irmão; OS grandes homens resignam-se inteligentemente. Assim acontecendo, isto é, inteligentemente, Ele supera qualquer dificuldade. Nunca podemos cair, pois, Amanhã sempre será outro dia. O corpo é um aparelho do cérebro, esse misterioso invento de Deus. Por isso, é ele que significa o todo. O resto, não tem tanto significado. Confio em Vc., que nunca me decepcionou nessa importante jornada que será vencida. Se não for, a lucidez vence, o que merece uma gratidão a Deus.
ResponderExcluirO PIOR DA SOLIDÃO É QUE ELE VEM ACOMPANHADA DA SAUDADE.MAS LOGO VC VAI COM FE EM DEUS MARTAR ESSA SAUDADE.
ResponderExcluirPio, meu velho, seu filho pode ter razão quanto ao amor que não sobe serra. No nosso caso parece que estamos no mesmo planalto. Por isso, vou torcer pra voce sair andando do Lucy Montoro e retribuir a visita aqui em Apucarana. Na minha casa também tem cachaça da boa e uma bela churrasqueira. Tá feito o desafio.
ResponderExcluirFé, eu tenho, Vamos ver oque os terapeutas do Lucy vão conseguir desta vez. Obrigado, meu velho.
ExcluirDirceu e Luizão, velhos amigos de infância na região chamada Fanchona, em Marília, local onde nasci. Meu nome é Vladimir Nogueira, filho do Francisco Nogueira e Aurea Godoi Nogueira, que eram donos do armazém da beira da estrada que liga Marília a Echaporã, km 33. Lembra-se? Eu não esqueço.
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