Digo isso a propósito das intenções da Globo de trazer de volta para apresentação do jornalismo dois ícones da apresentação da notícia afastados do metier há algum tempo: Pedro Bial e Fátima Bernardes, o primeiro já notabilizado como apresentador de um dos programas-símbolo da futilidade na TV, o BBB ; e a segunda, a dona de um programa de variedades matinal, Encontro com Fátima.
Acho sinceramente que ambos cavaram a própria sepultura do jornalista que havia dentro deles ao se entregarem com tanto ardor às suas novas funções nada jornalísticas. Fátima ainda acrescentou ao distanciamento uma outra função anti-jornalística, a de garota propaganda de uma fábrica de mortadela e outros embutidos que os nutricionistas condenam como alimentos para cardíacos e diabéticos.
Pedro Bial conseguiu colar sua imagem de tal modo ao BBB que com certeza arrastará atrás de si o sarcasmo do humor bem brasileiro: parece que já ouço a primeira piadinha que o acompanhará para sempre. Bial, o único jornalista brasileiro que não precisa de fonte, pois tem um Boráculo sempre à sua disposição.
Houve um tempo em que a mídia preocupava-se mais seriamente com a ética; hoje, nem tanto. Joelmir Beting foi afastado instantaneamente como colunista do Estadão por ter feito propaganda de um fundo financeiro, ele que era o especialista em finanças do jornal.
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