24/02/2015

O filho não herdou a sabedoria do pai

        José Richa, pai do atual governador do Paraná, Beto, era um sábio da política. Se dependesse dele jamais Álvaro Dias teria chegado ao governo do Paraná, apesar de serem originários da mesma região (Norte do estado), pertencerem ao mesmo partido (PSDB) e terem surgido para a política na mesma época.
        José Richa era daquele naipe de políticos que enxergavam um palmo acima da linha do horizonte; deve ter intuído que seu então jovem conterrâneo não conseguia enxergar nenhum centímetro acima.
        Não houve quem segurasse. Álvaro Dias chegou ao governo em tenra idade, fez uma administração barulhenta e fazia da caça aos corruptos uma perseguição de fazer inveja aos macartistas. Ódio dos corruptos, ódio também dos professores. Foi o primeiro governador a mandar a PM reprimir com violência os professores em greve. A repressão virou uma marca registrada de Álvaro Dias e que o persegue até os dias de hoje.
        Quis o destino que o segundo governador a fazer isso – mandar a polícia espancar professores – seria o seu filho, Beto Richa, eleito ao cargo pela segunda vez. Richa, o pai, morreu prematuramente há poucos anos e seu filho toca um segundo mandato meio desgovernado e, pior, sem retrovisor.
        A repressão aos professores é própria dos governos pouco inclinados ao diálogo e que não conseguem fazer uma leitura adequada da sociedade e sua organização; professor é um símbolo – o melhor de que dispomos – da civilização. Merecem eterno respeito pelo que fazem.         Nunca tiveram em nossos dias um salário digno.    

       Mandar bater neles? É sinônimo de barbárie, só isso.

 
(Joseph Mccarthy - Álvaro Dias se inspirou nele?)

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