Se as coisas funcionassem desse jeito não ocorreriam episódios tão lamentáveis como aquele em torno de uma notícia originariamente do Paraná sobre um menino, em Cascavel, no interior do Paraná, que foi atacado por um tigre enjaulado num zoológico da cidade. A fera arrancou-lhe um dos braços. O telespectador viu quando o garotinho, com menos de dez anos de idade, se aproximou da jaula e acarinhou a fera como se fosse um gatinho indefeso. O mais interessante foi ver como os vários jornais da emissora-líder cobriram o episódio.
Primeiro caíram de pau e pedra em cima do pai do menino, que deixara o garoto sozinho e indefeso na frente da jaula da fera, como se comum fosse que as feras de zoológicos devorassem crianças de pais descuidados. Juro que fiquei à espera de um Fantástico acusando o tigre pelo ocorrido e condenando-o ao paredão de fuzilamento.
Eu vi quando o menino se aproximou da jaula onde estava o tigre como quem se aproxima da casinha de um gatinho e acarinhou o dorso da fera. Minha reação instantânea, como jornalista experimentado que sou, foi a de condenar os responsáveis pelo zoológico por não terem providenciado total isolamento entre o público e as feras. Ver as feras não quer dizer necessariamente misturar-se à elas.
O pior de tudo é que a “impropriedade jornalística” passou por todo mundo, repórteres, editores e apresentadores sem que ninguém a corrigisse.Consequência: o zoológico ainda está lá, presumo, como uma boa armadilha aos humanos, especialmente àqueles que gostam de viver perigosamente.
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