28/11/2014

Tudo começou com as pitangas!

        Ricardo Sarmiento, meu amigo argentino, postou em sua página no Faceboock (acessível pelo nome Ric Sar) um prato cheio de belas e saborosas pitangas e agradecendo-me por tê-lo apresentado à fruta numa visita que fizemos a uma das praias de Florianópolis há uns oito anos atrás. Eu estava veraneando na ilha e ele apareceu por lá com sua família. Foi um encontro memorável, tanto para nós, eu, minha mulher e meus quatro filhos, quanto para eles, presumo.
        Leitores da página de Sarmiento no Face, a concluir pelos comentários postados, gostaram do prato das frutinhas e informaram que a pitanga, em Guarani, chama-se ñangapiry. As duas famílias circularam por Florianópolis e os argentinos ficaram deslumbrados com a paisagem, formada por praias paradisíacas. Mas para minha surpresa nada deixou- os mais admirados que a biodiversidade típica brasileira, incluído o pé das pitangas que eu os encorajei a comer e levar as sementes para casa com o conselho: “Plantem em qualquer pedacinho de terra e pronto, daqui um ano terão pitangas em casa”. Descubro agora, pelo Face, que Sarmiento seguiu à risca meu conselho e hoje  tem pitangas em seu quintal em Buenos Aires.
        Quem, como eu, circulou de carro pelo interior argentino ainda pode descobrir o quando é rica a biodiversidade típica brasileira e o quanto é pobre, digamos assim, a da Argentina. Não é por acaso que a família Sarmiento ficava simplesmente embasbacada quando se via em frente a um minúsculo capão de Mata Atlântica. É bem isso aí hoje em dia: um minúsculo capão, o máximo de uma floresta que já foi exuberante que, depois de uma devastação vergonhosa, conseguimos exibir a quem nos visita.
        Por que será que nunca demos valor à nossa esplendorosa biodiversidade e a destruímos impiedosamente? É algo que veio junto com a colonização portuguesa e ficou. A primeira destruição intensiva ocorreu com o pau-brasil. Tenho um exemplar dessa árvore no quintal de casa. Ganhei a muda no desembarque de um voo doméstico da TAM. Plantei dias depois e ela veio exuberante. Da porta-janela do meu quarto, em Vinhedo, onde hoje passo muitas horas por dia, vejo-a integralmente- ela e seu frescor de árvore nativa. Não sabia que ela dá flores, pois qual não foi minha surpresa quando, ainda outro dia, encontro-a amarela, florida dos pés à cabeça.
        Quando Sarmiento vier à minha casa novamente – o que não deve demorar – espero poder presenteá-lo desta vez com uma muda de Pau-Brasil. Tenho certeza que ele e sua família vão amar.


 Conocí la Pitanga en la casa familiar de mi amigo Dirceu Pio, en Vinhedos, Estado de Sao Paulo, Brasil y tengo hoy una planta en mi casa en Buenos Aires...Un fruto delicioso...





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