29/08/2020

SBT: JORNALISMO TIPO “MARIA-VAI-COM-AS-OUTRAS”

Por Dirceu Pio

A cobertura que o jornalismo do SBT fez da morte de Arnaldo Saccomani, 27-08, diz quase tudo: burocrática, sem emoção, negligente, como se a emissora noticiasse a perda de um poste.

O falecido era, entretanto, um dos ídolos da casa, nada menos que o maior produtor musical do País, responsável direto pelo sucesso de Rita Lee, Tim Maia, Ronnie Fon e tantos  outros !

E mais: foi Arnaldo quem criou o  fenômeno nacional e internacional, o palhaço Tiririca, que vendeu nada menos de 200 milhões de cópias de seu primeiro álbum, puxado por um dos mais explosivos “hits” de todos os tempos – Florentina de Jesus.

O chefe imediato de Arnaldo nos últimos tempos era o seu amigo e fã, Adalberto Massa, o Ratinho, que se orgulhava da audiência do seu Dez ou Mil, levado ao ar todas as segundas-feiras, após as 21 horas. Arnaldo dava um brilho especial ao júri do programa com suas críticas sempre muito sintonizadas com o gosto do mercado musical.

Ouvido sobre o falecimento do colaborador, Ratinho, sem demonstrar nenhuma emoção, disse uma frase nada apropriada para a ocasião: “Vai ser difícil substituí-lo”, num flagrante desrespeito a outro monumento da produção musical, Rick Donadio, que substituía Arnaldo sempre que este faltava em razão da doença que o levou embora (insuficiência renal, causada por uma doença rara, a uremia ).

MATÉRIA FRAQUÍSSIMA

Na matéria, que ficou aquém da importância do colaborador, o jornalismo do SBT não ouviu Décio Pitinini, seu rival no É Dez ou Mil; nem Rita Lee; nem Pedro Manso,  seu colega de Juri,  que ao imitar Tiririca, provocava  Arnaldo sempre duas vezes entoando Florentina de Jesus e incendiando o auditório.(https://www.youtube.com/watch?v=yny9iArgkv0)

Não ouviu sequer a outra companheira de Juri,  a escultural Lola Melnick, sua parceira de dança do tango Por Una Cabeza, de Carlos Gardel, que resultou num vídeo que até hoje encanta plateias de todo o mundo (https://www.youtube.com/watch?v=CkUGoeR1aJs).

Não se podia esperar muita coisa mesmo de um jornalismo que parece enxergar a Pandemia com os  olhos indecentes e genocidas da Rede Globo.

CADÊ VOCÊ, SÍLVIO ?

Com mais de 90 anos, o dono do SBT, Senior Abravanel, o eterno Sílvio Santos, já dá sinais de ter capitulado à força da correnteza e tem permitido que sua emissora, hoje com potencial para liderar a audiência do jornalismo televisivo e conquistar respeito e credibilidade, seja arrastada para o mau caminho.

Poderia ser, como exemplo, a única TV aberta a se posicionar com firmeza em favor do tratamento precoce, movimento que já engaja hoje mais de dez mil médicos de todos os quadrantes do Brasil, e com isto conquistar e fidelizar grande audiência, salvando milhares de vidas.

Só que não ! Por razões que a própria razão desconhece, alinha-se às recomendações da espúria OMS e se soma às demais emissoras na prática de puro terrorismo, brandindo o número de infectados e de mortos todos os dias.

VÍRUS ESPALHA IDIOSSINCRASIAS

E mais: seus dois programas que, teoricamente, permitiriam o aprofundamento do “hard News” –
o Poder em Foco, de entrevistas, no domingo à noite e o tradicional de “jornalismo investigativo”, de Roberto Cabrini – se perderam nas idiossincrasias espalhadas pelo Vírus de Wuhan.

O Poder em Foco fecha parceria e se deixa enredar pelas pautas de um site  informativo de qualidade duvidosa, o Poder 360, e Roberto Cabrini cobre a Pandemia numa agenda de puro sensacionalismo, feito para aterrorizar.

E, de costas viradas para a hashtag MandettaGenocida (a segunda mais veiculada no twitter no começo de agosto em todo o mundo), Cabrini abre espaço de mais de meia hora para o ex-ministro sem perguntar nada sobre o Atentado de Manaus e o Protocolo da Morte.

Não bastasse nada disso, o apresentador Danilo Gentilli permanece livre para se juntar à horda de internautas que ataca o presidente por bobagens.


Nada contra que um apresentador e humorista manifeste suas opiniões políticas nas redes sociais.
Temos, contudo, de aceitar  que muitos telespectadores expressem dúvidas de que a posição política do apresentador não influencia a escolha de seus entrevistados e nem as perguntas.

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