Por Dirceu Pio
Não é preciso ser psicanalista para saber que toda pessoa que entra pra valer na luta armada teve, antes, de destruir seus valores éticos mais entranhados.
Em nome de uma causa, aceitam roubar, matar, sequestrar, praticar atos de terrorismo e torturar – por que não ?
Diria que a reconstrução desses valores em tempos de normalidade democrática é muito difícil, se não impossível...Os presídios brasileiros que abrigam toda sorte de lombrosianos comprovam isso, tal a enormidade de reincidência que registram diante, inclusive, do completo fracasso dos programas de ressocialização.
Só isso poderá explicar a onda avassaladora de corrupção que se constituiu na marca registrada de quase todos os governantes nos três níveis da Federação durante esses 16 anos de domínio da esquerda, que a grosso modo pode ser chamada de quadrilhas escondidas atrás da ideologia socialista, inclusive do chamado “socialismo democrático”, do PSDB.
EXEMPLOS NÃO FALTAM
Há exemplos clamorosos dessa verdade, toda ela materializada na figura do todo poderoso ministro do governo Lula, o ex-guerrilheiro Zé Dirceu. Se existe um personagem que jogou a ética na lata do lixo, esse é o Zé. Roubou muito durante seu tempo de governo e continuou – talvez continue – roubando, desbragadamente.
As histórias de bastidores sobre o que ele aprontou - após deixar o governo - em Balneário Camboriu, Santa Catarina, são de deixar ruborizado Guido Mantega, um santo se comparado aos ex-guerrilheiros que o cercavam, entre os quais a “presidenta” que o nomeou.
Tudo isso sem contar que seu nome aparece na lista (pura indignidade) das pessoas que receberão até morrer gordas indenizações (33,7 mil todo mês, valor acima do teto constitucional) , como “reparação” econômica por terem sido “perseguidos”, punidos, demitidos ou cassados durante o regime militar.
HISTÓRICO INDECENTE
O histórico dessas indenizações, aliás, mais do que ratifica a ideia da perda irrecuperável dos valores éticos dessa gente.
Num país onde nada menos de 13,5 milhões de pessoas (2018) permaneciam em extrema pobreza, contingente maior que toda a população de países como Bélgica e Portugal, embolsar todos os meses quantias acima de 5 mil reais é uma atitude pra lá de indecente.
Para se ter uma ideia desse escândalo, o tipo de “reparação econômica” beneficia mais de dez mil pessoas e o desembolso pra pagar essa gente somava mais de 13, 4 bilhões de reais, segundo cálculo da Agência Brasil, em 2017 . E há mais: os valores pagos em indenização a anistiados políticos são isentos do Imposto de Renda e não podem ser objeto de contribuição à Previdência Social.
Mas será que em meio a essa gente não existiu ninguém que tenha conseguido recuperar seus valores éticos ? Há sim e eu conheci um deles: o poeta e jornalista Ferreira Gullar, que ao ser indagado, em vida, se iria pleitear a indenização que era paga a todos os ex-guerrilheiros, respondeu:
- Eu não ! Ninguém me mandou fazer o que fiz !
Ferreira Gullar: "Ninguém me mandou fazer o que fiz !"
Nenhum comentário:
Postar um comentário