28/09/2018

Bolsonaro e a fraude eleitoral.


Por Dirceu Pio

Pela baixa repercussão, pouquíssimas pessoas perceberam a gravidade das declarações do candidato do PSL, Jair Messias Bolsonaro, ainda no hospital, nesta sexta-feira, 28-09-2018, ao jornalista José Luiz Datena sobre as eleições que se aproximam

“Pelo que eu vejo nas ruas – disse o canditado – não aceito resultado das eleições diferente da minha eleição”.

Delírio ? Presunção exacerbada ? Nada disso. É apenas a manifestação justa e consciente de um candidato que tem levantado multidões entusiasmadas de adeptos por todos lugares por onde passa.

E é também a primeira resposta objetiva à insegurança jurídica criada, por incrível que pareça, pelos tribunais superiores (TSE e STF) em relação ao pleito deste ano, a ser realizado – modelo quase inédito no mundo – por urnas eletrônicas sem comprovante de um só voto – nenhum cidadão brasileiro vai enfim saber o que aconteceu com seu voto, se foi atribuído ao nome que escolheu, se foi atribuído ao adversário ou se simplesmente evaporou numa daquelas totalizações a ocorrer no interior da cada urna.

SILÊNCIO VERGONHOSO

Todos os demais candidatos se calam, vergonhosamente, porque devem imaginar que podem ser beneficiados pela fraude que já foi planejada e preparada por chips implantados na placa digital de 600 mil urnas adquiridas pelo TSE, através de licitações fraudadas, de duas empresas (Smartmatic e a americana Diebold ) de origem suspeitíssima pois enfrentam processos por fraude e sonegação fiscal nos EUA.

Não aceitar o resultado destas eleições a menos que seja vitorioso é a única reação possível de um candidato que realizou grande esforço para impedir a fraude: é de sua autoria o projeto transformado na lei (Lei nº 13.165, ) que instituía o voto impresso e que foi acintosamente derrubada pelos ministros do STF em junho, atendendo representação da procuradora geral Raquel Dodge.

A procuradora, aliás, foi mencionada na entrevista a Luiz José Datena:

- Temos um sistema eleitoral – disse Bolsonaro - que não existe em nenhum lugar do mundo. Eu apresentei um antídoto para isso. A senhora Raquel Dodge questionou. O argumento dela, é que a impressão dos votos comprometeria a segurança das eleições. Pelo amor de Deus. Inclusive estava acertado que em 5% das seções teríamos impressão do voto, mas nem isso foi cumprido.

        Que ninguém se iluda: o cenário que se prevê, caso Bolsonaro perca as eleições, não será nada edificante para o Brasil. É razoável imaginar que ele venha a recorrer a todos os foros internacionais com a justa pretensão de anular as eleições deste ano.

Quem viver verá!

        Tenho o privilégio de ser amigo pessoal de dois gênios da cibernética no Brasil – Demi Getsko e Tadao Takahashi. Devemos a eles grande parte do esforço da implantação da internet no país, desde a época em que a rede era restrita a universidades.

        Ainda no começo deste ano tive um encontro bem prazeroso com os dois num restaurante de São Paulo e ouvi uma longa explanação de Tadao Takahashi sobre segurança da internet brasileira, que ele, sempre bem humorado, chamava de sua “dança do ventre”.

        Menciono aqui um dos pontos da conversa que me chamou, particularmente, a atenção:

- Quando o país se agitava, no governo Dilma, com a história da espionagem do governo brasileiro pelos EUA, vieram me perguntar se isso era possível e eu respondi: vocês até podem escolher o país que vai espioná-los – se não os  Estados Unidos, que tal a China ou a Rússia?

        Em seguida, Tadao explicou:

- Existem apenas três países em condições de fornecer os equipamentos mais pesados (backbounds) para sustentar a internet – nosso fornecedor atual, os EUA; a China ou a Rússia.

CONVICÇÃO

        Esse depoimento do amigo Tadao foi a primeira viga a sustentar a  convicção atual de que está preparada uma megafraude para alterar, se necessário, o resultado das eleições deste ano e não há nada – absolutamente nada! – que possa ser feito para evitá-lo.

        Que fique bem entendido por todos, inclusive por aqueles que acham que as Forças Armadas poderão evitar a fraude: o chip que processará a fraude já foi implantado na placa digital de todas – ou de uma parte – as 600 mil urnas eletrônicas compradas pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral) para a realização das eleições deste ano.

        Longe de garantir a segurança do pleito, o cadastramento biométrico dos eleitores funcionará como alerta ao chip fraudador para esconder a fraude.

        O que ainda não se sabe é quantas urnas serão usadas para perpetrar a fraude, possivelmente serão usadas apenas as 70 mil urnas compradas da venezuelana Smartmatic, pois ela teve um longo tempo para planejar tudo... Além de ser beneficiada por uma licitação fraudulenta oferecida pelo nosso TSE ainda recebeu, sem a menor necessidade, toda a criptografia do sistema eleitoral brasileiro de modo que lhe foi permitido escolher a dedo as seções eleitorais que serão objeto da fraude.

        As manobras criminosas do STE não pararam aí: além de não investigar as empresas fornecedoras das urnas, todas elas enfrentando processos de fraude e sonegação fiscal nos EUA, ainda transferiu segredos de Estado à Smartmatic, mesmo sabendo que os três donos da empresa são estrangeiros, não submetidos, portanto, às leis de sigilo brasileiras...

SEM REGISTRO

        O plano é tão ardiloso e criminoso que não foi deixada nenhuma janela que permitisse à Sociedade Brasileira conferir se a vontade do eleitor foi respeitada ou não... Não há qualquer registro ou certificação do voto.

        É claro que se a intenção não fosse barrar a vitória de um candidato que não interesse ao sistema, poderiam ter providenciado a impressão, se não de todas, ao menos de um determinado número delas estatisticamente escolhido, para representar a integridade do pleito.

        As urnas a ser separadas para conferência do voto a voto deveriam ser escolhidas por sorteio auditado pela  Transparência Brasil, como exemplo.

        Caminhamos, portanto, na direção da maior fraude eleitoral da história da nossa jovem democracia. E não saberei nunca o que de fato aconteceu com o meu voto: se foi creditado ao candidato certo, se foi creditado ao adversário dele ou se evaporou numas das malditas totalizações processadas no interior das urnas.

SEM VERDADES DEFINITIVAS

        Sou um jornalista que ainda jovem aprendeu que é péssimo lotar o fundo do cérebro com verdades “imexíveis”, de modo que estou sempre disposto a mudar de opinião ao sabor de novas circunstâncias e novas informações...

        Quando ouvi falar pela primeira vez em fraude pelas urnas eletrônicas, achei improvável, mas não impossível...

        A primeira grande evidência que me foi apresentada pelo amigo Takahashi, encheu-me de curiosidade...

        Iniciei então uma intensa busca de informações e de conhecimento sobre o tema. Descobri a ampla rejeição ao uso eleitoral do instrumento eletrônico em quase todas as democracias do Ocidente.

        O voto eletrônico sem o seu comprovante impresso, salvo melhor juízo, só foi mantido no Brasil e na Venezuela.

        Os melhores especialistas em segurança eletrônica do Brasil estiveram reunidos durante vários anos num Comitê que se desdobrou em pesquisar e estudar as urnas eletrônicas como instrumento da democracia.

        Foi esse Comitê que prestou alta assessoria ao Congresso Nacional na elaboração da lei que tornava obrigatório o voto impresso.

        Depois do esforço extraordinário do STE para driblar a lei do voto impresso e trazer para dentro do sistema eleitoral a Smartmatic, o STF, quase por unanimidade, em maio último, derrubou a lei do voto impresso. O comitê de notáveis se desfez imediatamente, frustrado e indignado...


    









18/09/2018

ADEUS LAVA JATO!


        Quero informar a meus leitores que não uso maconha, drogas, não tomo remédio tarja preta e não escrevo sob efeito de qualquer aditivo extra, de modo que este artigo é produzido à luz da minha razão e lucidez....
        Começo por dizer que a Lava Jato foi longe demais, ou melhor, foi além de tudo aquilo que os corruptos jamais imaginaram ou desejaram que ela fosse.
        Por isso mesmo. ela passou a enfrentar, velada ou expressa com todas as letras, fortíssima oposição nos três poderes da República (Legislativo, Executivo e Judiciário) e também em vários segmentos da imprensa e em inúmeros canais da internet.
        Eu não tenho mais nenhuma dúvida que há uma conspiração no ar e que as forças corruptas e corruptoras se juntaram e se articulam para golpear a Lava Jato e toda e qualquer iniciativa com pretensões de combater a corrupção.
        Toda atenção será pouca: as forças da corrupção não vão querer perder a grande oportunidade de atingir seu intento num ano eleitoral.

URNAS ELETRÔNICAS

        Qual será o instrumento delas? Simples e óbvio: vão usar as urnas eletrônicas!!!
        Antes de expor meus argumentos, falo de algo que tem me deixado perplexo: a desinformação que ainda reina soberana entre jornalistas, alguns famosos, como Vera Magalhães, que ainda hoje (17-09) fez críticas pesadas a Jair Bolsonaro por suas preocupações, manifestas no leito hospitalar, com a fraude que certamente virá pelas urnas eletrônicas.
        É incrível como muitas pessoas, sobretudo os profissionais da informação, não sabem aproveitar sequer um décimo do manancial jornalístico extraordinário da internet.
        Quem faz um aproveitamento razoável e criterioso dele, como eu, sabe dizer com certeza que a fraude foi preparada sim e deve ser acionada para favorecer o candidato a presidente mais comprometido com o golpe à Lava Jato e com a libertação e o indulto de sentenciados, a começar pelo Ladrão-Mor, preso em Curitiba.

SEI APROVEITAR O MANANCIAL

        Por que esta minha certeza? Porque pesquisei muito o assunto “urnas eletrônicas” e descobri coisas assustadoras e chocantes!
Vi o esforço hercúleo do Tribunal Superior Eleitoral, o TSE, para comprar 70 mil urnas da venezuelana Smartmatic, seja “ajeitando” uma licitação para que ela vencesse, seja entregando a ela, sem nenhuma necessidade, a criptografia de todo o sistema eleitoral brasileiro, mesmo sabendo, é claro, que os três “donos” da empresa são estrangeiros e, portanto, não submetidos às leis brasileiras do sigilo contratual...
        E o TSE fez mais: inventou todo um roteiro de testes por especialistas para “provar” que as urnas eletrônicas são seguras e não fez absolutamente nada com a denúncia do professor Diego de Freitas Aranha, da Unicamp, que testou e reprovou as urnas eletrônicas, tanto as da Smartmatic (70 mil) quanto as da americana Diebold (530 mil)... ”Sim, podem ser violadas”, disse Diego Aranha.

EMPRESAS DE FICHA SUJA

        O TSE com certeza também sequer pesquisou a idoneidade das duas fornecedoras das 600 mil urnas que serão usadas nestas eleições, empresas com péssima imagem no mercado mundial de produtos eletrônicos e que enfrentam processos por fraude e sonegação fiscal nos EUA.
        Descobri também que uma vez compradas e instaladas, as urnas não se submetem a nenhum tipo de auditoria porque os chips nelas implantados dispõem de inteligência para esconder a fraude ao primeiro sinal de que uma auditoria foi iniciada.
        Descubro também, pasmo, que o Senado Federal, que dispõe de todo um roteiro claro, didático, do passo a passo da fraude, fornecido pelos melhores especialistas do Brasil em segurança eletrônica, se omitiu permitindo que o Supremo Tribunal Federal – STF – derrubasse ainda em maio a lei do voto impresso.

NEM O EXÉRCITO IMPEDIU

        Outra descoberta de arrepiar é que nem o Exército Brasileiro conhece, tecnicamente, a capacidade das urnas eletrônicas em se tornar autônomas e ser permeáveis a qualquer tipo de auditoria.
        Ainda há poucas semanas o general Edson Leal Pujol, Chefe do Departamento de Ciência e Tecnologia do Exército, deu entrevista para desmentir a notícia de que sua instituição iria fiscalizar as urnas eletrônicas. Ele informou que o papel do Exército é apenas garantir que o pleito seja realizado com tranquilidade.
        Não deve saber, portanto, que por trás da ordem aparente será praticado o maior crime contra a  democracia brasileira, com a destruição do valor sagrado do voto...
        Logo após a incontroversa declaração de Jair Bolsonaro sobre a ameaça de fraude via urnas eletrônicas, ainda não se sabe por qual razão, seu vice na chapa, o general Hamilton Mourão, pediu que a declaração fosse relevada, enquanto o candidato Fernandinho Beira Haddad cobrou providência do TSE contra as declarações como se quem as fez não soubesse o que dizia.
        Sabe sim, tanto que a lei que instituía o voto impresso em 2015 – e derrubada em maio de 2018 – é de autoria de Jair Bolsonaro...
        A anedota do dia em torno do mesmo assunto veio do novo presidente do STF - logo ele - Dias Toffoli afirmando que as urnas eletrônicas são “confiáveis” – só não disse para quem...



05/09/2018

MEU VOTO PELAS REFORMAS


por Dirceu Pio


        É um erro achar que Dilma Rousseff é a responsável sozinha pela tragédia brasileira. Dilma foi corrupta e corruptora, bandalha e profundamente incompetente, mas um Estado do porte do Brasil não decai tanto em sete anos.

        Feita de processos, a decadência é lenta.  Ela queima primeiro as gorduras e até chegar à carne, como agora, leva pelo menos duas décadas.

        A imensa crise que hoje nos atinge já podia ser desenhada e prevista lá atrás, durante o primeiro governo de FHC com o Plano Real em vigor, adotado que foi pelo governo anterior, de Itamar Franco.

        O Plano Real debelou a inflação, ajustou o câmbio e deu início a mecanismos de controle fiscal; o governo FHC inaugurou o processo de privatizações e, quase ao final do longo ciclo de oito anos, emulou o mecanismo italiano de combate à corrupção, criando controladoria-Geral da União (CGU), típica agência anticorrupção do país, com a missão de receber denúncias de movimentação suspeita no sistema bancário... E foi só!

        FHC não fez as reformas que a Sociedade esperava que ele fizesse. Não olhou para as claras e graves distorções da Previdência já transformada nas tetas generosas de políticos, militares e funcionalismo público.

        FHC não olhou para a grave distorção do sistema federativo que há muito tempo drena quase todos os recursos tributários para o governo central e deixa os municípios à mingua; não olhou para as leis trabalhistas que já começavam a bloquear o caminho da modernidade; também não se preocupou com a carga tributária que já se prenunciava como grande gargalo na economia.

        Eleito e reeleito com enorme margem de votos sobre seu adversário, Luiz Inácio, FHC fez menos, muito menos do que poderia ter feito. Não se pode dizer que decepcionou porque escolhera o competente Paulo Renato para a Educação e o ensino básico caminhou com celeridade com abertura de vagas para todos que precisavam estudar.

UM BANDALHO NO PODER

        Luiz Inácio, seu sucessor, em oito anos de governo, fugiria das reformas como o diabo foge da cruz.

        Colocou um bom xerife para tomar conta da moeda (Henrique Meirelles) e pôs os dois pés  no acelerador, aproveitando o máximo possível a onda favorável que movimentava a economia mundial. Ativou a indústria com uma extravagante política de isenção fiscal e virou as costas para as ainda incipientes leis de controle fiscal e combate à corrupção...

        Não é por mero acaso que ele está preso: já se pode dizer hoje, com certeza, que Luiz Inácio foi o presidente mais corrupto da história da República Brasileira.  Em seus dois governos, muito em função de seus incentivos diretos, sempre com sua participação, e de seus filhos e de seu sobrinho Taiguara Rodrigues, floresceram os impérios da Odebrecht, OAS e Grupo J&F, que permanecerão no imaginário da população como símbolos insuperáveis de corrupção, sem mencionar a compra pela Petrobras de uma sucata chamada Pasadena pela absurda quantia superior  a  1,3 bilhão de dólares.

UMA BANDALHA NO PODER

        Quando a 1º de janeiro de 2011, Luiz Inácio repassou o bastão a sua dileta pupila, Dilma Rousseff, a gordura da economia brasileira já havia sido devorada com voracidade pelo perdulário governo de seu padrinho em oito anos ininterruptos de gastança sem freio.

        Vários ministros passaram pela pasta da economia no governo Dilma, mas nenhum deles foi capaz de prever para  onde aquilo tudo – a gastança sem limites, a corrupção deslavada, a completa ausência de responsabilidade fiscal, o déficit na Previdência, a penúria dos municípios, o arrocho tributário – iria nos levar.

E estamos aqui hoje neste vale de lágrimas clamando por socorro e por reformas, de modo que será até simples escolher quem pode nos ajudar – será aquele candidato que tiver a mais compenetrada visão de que só poderemos sair do buraco através de reformas, da Previdência, do Estado, do sistema federativo, tributária, fiscal, da política, da privatização ampla, geral e irrestrita, e que se dispuser a vender a absurda soma de 700 mil imóveis que fazem parte do patrimônio do governo central...

        Aquele que saiba a importância do controle fiscal e tenha consciência de que só haverá recursos para investimento em saúde e educação se o estado não gastar mais do que arrecada.

Com a palavra, o eleitor!  


Lula, Dilma e FHC