05/09/2018

MEU VOTO PELAS REFORMAS


por Dirceu Pio


        É um erro achar que Dilma Rousseff é a responsável sozinha pela tragédia brasileira. Dilma foi corrupta e corruptora, bandalha e profundamente incompetente, mas um Estado do porte do Brasil não decai tanto em sete anos.

        Feita de processos, a decadência é lenta.  Ela queima primeiro as gorduras e até chegar à carne, como agora, leva pelo menos duas décadas.

        A imensa crise que hoje nos atinge já podia ser desenhada e prevista lá atrás, durante o primeiro governo de FHC com o Plano Real em vigor, adotado que foi pelo governo anterior, de Itamar Franco.

        O Plano Real debelou a inflação, ajustou o câmbio e deu início a mecanismos de controle fiscal; o governo FHC inaugurou o processo de privatizações e, quase ao final do longo ciclo de oito anos, emulou o mecanismo italiano de combate à corrupção, criando controladoria-Geral da União (CGU), típica agência anticorrupção do país, com a missão de receber denúncias de movimentação suspeita no sistema bancário... E foi só!

        FHC não fez as reformas que a Sociedade esperava que ele fizesse. Não olhou para as claras e graves distorções da Previdência já transformada nas tetas generosas de políticos, militares e funcionalismo público.

        FHC não olhou para a grave distorção do sistema federativo que há muito tempo drena quase todos os recursos tributários para o governo central e deixa os municípios à mingua; não olhou para as leis trabalhistas que já começavam a bloquear o caminho da modernidade; também não se preocupou com a carga tributária que já se prenunciava como grande gargalo na economia.

        Eleito e reeleito com enorme margem de votos sobre seu adversário, Luiz Inácio, FHC fez menos, muito menos do que poderia ter feito. Não se pode dizer que decepcionou porque escolhera o competente Paulo Renato para a Educação e o ensino básico caminhou com celeridade com abertura de vagas para todos que precisavam estudar.

UM BANDALHO NO PODER

        Luiz Inácio, seu sucessor, em oito anos de governo, fugiria das reformas como o diabo foge da cruz.

        Colocou um bom xerife para tomar conta da moeda (Henrique Meirelles) e pôs os dois pés  no acelerador, aproveitando o máximo possível a onda favorável que movimentava a economia mundial. Ativou a indústria com uma extravagante política de isenção fiscal e virou as costas para as ainda incipientes leis de controle fiscal e combate à corrupção...

        Não é por mero acaso que ele está preso: já se pode dizer hoje, com certeza, que Luiz Inácio foi o presidente mais corrupto da história da República Brasileira.  Em seus dois governos, muito em função de seus incentivos diretos, sempre com sua participação, e de seus filhos e de seu sobrinho Taiguara Rodrigues, floresceram os impérios da Odebrecht, OAS e Grupo J&F, que permanecerão no imaginário da população como símbolos insuperáveis de corrupção, sem mencionar a compra pela Petrobras de uma sucata chamada Pasadena pela absurda quantia superior  a  1,3 bilhão de dólares.

UMA BANDALHA NO PODER

        Quando a 1º de janeiro de 2011, Luiz Inácio repassou o bastão a sua dileta pupila, Dilma Rousseff, a gordura da economia brasileira já havia sido devorada com voracidade pelo perdulário governo de seu padrinho em oito anos ininterruptos de gastança sem freio.

        Vários ministros passaram pela pasta da economia no governo Dilma, mas nenhum deles foi capaz de prever para  onde aquilo tudo – a gastança sem limites, a corrupção deslavada, a completa ausência de responsabilidade fiscal, o déficit na Previdência, a penúria dos municípios, o arrocho tributário – iria nos levar.

E estamos aqui hoje neste vale de lágrimas clamando por socorro e por reformas, de modo que será até simples escolher quem pode nos ajudar – será aquele candidato que tiver a mais compenetrada visão de que só poderemos sair do buraco através de reformas, da Previdência, do Estado, do sistema federativo, tributária, fiscal, da política, da privatização ampla, geral e irrestrita, e que se dispuser a vender a absurda soma de 700 mil imóveis que fazem parte do patrimônio do governo central...

        Aquele que saiba a importância do controle fiscal e tenha consciência de que só haverá recursos para investimento em saúde e educação se o estado não gastar mais do que arrecada.

Com a palavra, o eleitor!  


Lula, Dilma e FHC

Nenhum comentário:

Postar um comentário