29/07/2016

Saquear o Brasil – eis a estratégia do PT

        Algum idiota deve ter assoprado: tem dinheiro de sobra, vai dar pra gente roubar e ainda fazer muita coisa.
        Erro de cálculo brutal: deu pra roubar muuuuuuuito, mas não deu pra fazer muita coisa, quase nada!
        E assim, melancolicamente, o PT, a esperança de muitos, vai deixando o poder.
        Tudo aquilo que ele tentou construir, desmorona numa velocidade assustadora. Mais dois anos de PT, até o Bolsa Família teria evaporado, sumido, virado pó.
        Não há benefício social que sobreviva a tanto roubo, tanta inflação, tanto desgoverno. Assim é a vida, querida!
        Há dúvidas, hoje, de que o PT tinha mesmo um projeto de governo.
        Talvez não tivesse. Talvez tivesse apenas uma estratégia de saque das riquezas do Brasil, nada mais que isso.
        O PT foi apenas UMA ESTRATÉGIA PARA SAQUEAR O BRASIL.

MERCADO? O QUE É ISSO?

        O PT sempre acreditou desacreditando nas leis de mercado.
        Nada serviu de exemplo pra ele, nem a implosão da União Soviética, nem a queda do Muro de Berlim, nem a dificuldade de Cuba em alimentar e prover níveis razoáveis de qualidade de vida a sua gente, nem a crise colossal que tem levado a Venezuela e sua  política bolivariana à falência.
        O regime ideal para o PT é aquele gestado durante o regime militar: um estado poderoso e enfiado em todos meandros da economia, como protagonista, sempre que possível.
        Até hoje o PT não digere o programa de Privatização do Governo FHC.
        Ele queria o Estado-proprietário dos grandes bancos e financeiras. Dono de todas as empresas de comunicação. Ele queria o petróleo explorado pelo Estado, o xisto, o ferro, o ouro, o nióbio, o potássio, explorados pelo Estado; os transportes e o sistema de produção e distribuição de energia nas mãos do Estado e assim por diante.
        Nunca aceitou a teoria liberal de que o Estado deve ficar apenas no controle de setores básicos como segurança, saúde e educação e conceder à iniciativa privada todos os demais setores – financeiro, telecomunicação, produção e distribuição de energia, transporte público, etc. É assim que funciona lá fora em todos os países que conseguiram prover riqueza interna, conforto e qualidade de vida às suas populações.
        O PT não olha para nada disso e se mantem convenientemente em seu casulo, como uma serpente sempre pronta para dar o bote e amealhar mais e mais riquezas e privilégios.
        Não fosse assim, como explicar que as duas grandes estatais remanescentes – Petrobras e Nuclebras – tenham sido saqueadas vigorosamente nos governos Lula e Dilma?
        Como entender que a Vale do Rio Doce, uma das maiores empresas de mineração do mundo,  privatizada há 18 anos por FHC, não consiga até hoje caminhar pelas próprias pernas e tenha se transformado num polvo corruptor de um número assombroso de parlamentares?
        Como entender que a Vale esteja envolvida de cabeça no maior desastre ambiental da história do Brasil (derramamento de lama em MG) e permanecido até agora sem punição?
  
FEDERAÇÃO FALIDA
        O PT, na verdade,  lembra um aleijão político; não tem doutrina, filosofia, conceitos fortes enraizados em militantes. Tem a seu lado algumas velhinhas filósofas que já não sabem o que dizem nem o que fazem. O PT foi transformado num personagem de uma das canções de seu mais célebre apoiador: Carolina, aquela que não viu o tempo passar na janela.
        Passados esses 14 anos no topo do poder, o saldo é tenebroso.
        Capitaneada pelo partido e pelo governo federal, instaurou-se no poder uma atitude de absoluto desprezo pelo controle dos gastos públicos e pela saudável lei de controle fiscal, a melhor herança que o Governo de FHC deixou à Sociedade Brasileira.
        Prefeituras, estados e organismos federais foram transformados em imensos cabides de emprego.
        Agora mesmo é divulgada uma pesquisa da Firjan (entidade da indústria no Rio de Janeiro) que nos mostra uma realidade aterradora: 85% dos municípios brasileiros estão falidos! Causa: estouro dos gastos com pessoal.
        Governo neste país virou um imenso cabide de emprego.
        E isto, com certeza, explica a reação ao impeachment de Dilma Rousseff.
        Uma das mais fortes vozes contra o impeachment era a da atriz Marieta Severo, cujo marido, Aderbal Freire Junior, foi desalojado de um cargo público somente agora, no governo “espúrio” do vice-presidente de Dilma, Michel Temer.
        Aderbal ganhava, segundo a Agência Brasil, a bagatela de R$ 91 mil mensais.
        Marieta Severo foi casada durante muito tempo com Chico Buarque, outra grande voz contra o impeachment.
        E assim, aos poucos, tudo se explica.
        A Lei da Responsabilidade Fiscal, aliás, está na base do processo de impeachment de Dilma Rousseff.
        Os que querem seu afastamento alegam que ela cometeu crime ao desobedecer a Lei que estabelece regras constitucionais para elaboração do orçamento (de 2015).
        Seus defensores procuram minimizar a desobediência e, com isto, passam à Sociedade Brasileira todo o desprezo que o PT sempre demonstrou pelo controle do gasto público.



* Precisamos expulsar a Samarco da mineração brasileira. Assine o abaixo-assinado  pelo link:







21/07/2016

O Desastre de Mariana e a corrupção!

        Caberá ao eleitor, nas próximas eleições majoritárias, acertar o passo da política ambiental brasileira.
        Como? A primeira providência será promover uma renovação robusta da Câmara Federal, afastando os deputados corruptos, comprometidos com a Lava Jato (são muitos!) e os deputados ficha suja.
        O voto, em 2018, portanto, tem de ser um voto refletido, apoiado em pesquisas de cada nome, de cada partido.
        Não bastarão comprometimento com a causa ambiental e confissão religiosa.
        O comprometimento maior terá de ser com a ÉTICA e eu explico porque: uma das primeiras matérias a serem apreciadas pela nova Câmara será a do Novo Código de Mineração. A Sociedade Brasileira precisará ter, nesse código, total garantia de que os recursos naturais do Brasil serão  explorados com rigorosa SUSTENTABILIDADE.
        Temos de ficar atentos para impedir que a matéria seja votada às pressas, como desejou Eduardo Cunha, e antes da próxima eleição majoritária.
        As empresas mineradoras deste país, todas elas, sem exceção, jogaram a ÉTICA e a SUSTENTABILIDADE no lixo. Elas pensam exclusivamente no lucro e extraem os minérios – ouro, ferro, potássio, nióbio, etc. etc.-- sem se importar com as pessoas e as comunidades que rodeiam minas e áreas de mineração.
        A ilegalidade e a falta de escrúpulo são a ordem na mineração brasileira.
        Cuidar do enquadramento ético e sustentável na mineração do Brasil é algo emergente e merecedor de todas as atenções da SOCIEDADE BRASILEIRA e de todas as organizações não governamentais dedicadas ao conservadorismo.
        O melhor exemplo do jeito espúrio com que a mineração é realizada neste país está condensado no episódio de Mariana, onde há quase oito meses ocorreu o maior desastre ambiental da história do Brasil.
        Uma barragem de rejeitos de mineração de ferro da Samarco (empresa que tem como sócias a australiana BHP Billiton e a brasileira Vale do Rio Doce) estourou e derramou na bacia do Rio Doce 34 milhões de metros cúbicos de lama contaminada por vários tipos de metais pesados.
        Dezenove pessoas morreram, vilarejos inteiros foram soterrados e a lama escorreu pesada até o mar, deixando vários municípios de Minas e Espírito Santo sem água potável por várias semanas.
        A lama inutilizou grande parte do Rio Doce e causou prejuízos irreparáveis à biodiversidade do Rio e de suas margens.

AMOSTRA DA CORRUPÇÃO

        Montada numa montanha de dinheiro e numa montanha de ferro das Minas Gerais, a Samarco está até agora impune, como se não tivesse responsabilidade alguma na tragédia que ela mesma provocou por pura negligência; a empresa nada de braçada na política brasileira distribuindo migalhas aos membros dos partidos mais poderosos da República - PT, PSDB E PMDB, entre outros menores, como  PTB, PDT, PTC,PSB, DEM, PMN e – pasmem!!! – o PV- Partido Verde.
        Vejam que interessante a matéria divulgada pelo repórter Felipe Amorim, do Site Noticioso UOL: “Deputados que vão apurar tragédia em Mariana receberam R$ 2,6 milhões  da Vale”.
        Explico: três comissões parlamentares foram criadas para acompanhar o rompimento das barragens de mineração na região de Mariana. Na Câmara dos Deputados, 13 dos 19 membros da comissão externa instalada para acompanhar e monitorar os desdobramentos do desastre ambiental foram beneficiados por doações de empresas ligadas à Vale, em valores que vão de R$ 465 a R$ 500 mil.
        Na Assembleia Legislativa de Minas Gerais, cinco dos nove membros titulares da comissão extraordinária criada na primeira quinzena de novembro foram beneficiados com doações do grupo Vale, segundo dados do TSE (Tribunal Superior Eleitoral).
        As contribuições de campanha aos integrantes da comissão somam R$ 368 mil.
        Já na Assembleia Legislativa do Espírito Santo, outro estado cortado pelo Rio Doce- ainda segundo informações de Felipe Amorim - as empresas do grupo Vale doaram R$ 428 mil a sete dos 15 membros da comissão representativa criada para acompanhar os impactos ambientais da tragédia.
        Na comissão criada na Câmara, tiveram gastos de campanha bancados por empresas ligadas à Vale os deputados Laudívio Carvalho (PMDB-MG), Gabriel Guimarães (PT-MG), Leonardo Monteiro (PT-MG), Paulo Abi-ackel (PSDB-MG), Rodrigo de Castro (PSDB-MG), Paulo Foletto (PSB-ES), Eros Biondini (PTB-MG), Mário Heringer (PDT-MG), Subtenente Gonzaga (PDT-MG), Fábio Ramalho (PV-MG), Brunny (PTC-MG), Givaldo Vieira (PT-ES) e Lelo Coimbra (PMDB-ES).
        Na assembleia mineira, Agostinho Patrus Filho (PV), Thiago Cota (PPS), Gustavo Corrêa (DEM), Gustavo Valadares (PSDB) e Gil Pereira (PP).
        Na Assembléia Legislativa do Espírito Santo, foram beneficiados Guerino Zanon (PMDB), Janete de Sá (PMN), Rodrigo Coelho (PT), José Carlos Nunes (PT), Gildevan Fernandes (PV), Bruno Lamas (PSB) e Luzia Toledo (PMDB).


        É a corrupção que explica, portanto, a impunidade da Samarco.

GRANDES AMEAÇAS

        O desastre de Mariana chama a atenção do Brasil para a inoperância dos organismos ambientais federais, como o IBAMA, que nem fiscaliza e não pune e se pune não recebe pelas multas que aplica (Segundo a Folha de São Paulo , de 22 de novembro, o  IBAMA SÓ RECEBE 8,7 % DAS MULTAS QUE APLICA).
        Nos mostra ainda, a TRAGÉDIA DE MARIANA, a inépcia do governo federal em meio ambiente e o quanto é falso todo o discurso, inclusive internacional,  dos que saem na defesa de um ambientalismo de fachada, que não vai – e nunca foi – ao cerne da questão.
        De que adianta o combate ao aquecimento global se o país permite a existência (sem nenhum controle) de 630 MINERADORAS QUE TRATAM O MEIO AMBIENTE À LA SAMARCO?
        Isto para não falarmos de outros desmandos tão ou ainda mais graves que os registrados em Mariana!
        A grande reforma do ambientalismo brasileiro deve começar por um novo marco regulatório da mineração a ser aprovado por um Parlamento muito mais limpo e após ampla discussão com toda a Sociedade Brasileira.

Pra começar, temos de primeiro expulsar a SAMARCO da mineração brasileira. Ponha sua assinatura no abaixo-assinado pelo link abaixo:






12/07/2016

Descanse em paz, Celso Daniel (Se puder...)

        A libertação de Ronan Maria Pinto, preso preventivamente na 27ª fase da Operação Lava Jato, batizada de Carbono 14 e deflagrada no início de abril, é um péssimo sinal para os brasileiros que sonham em ver esclarecido o assassinato do prefeito de Santo André, Celso Daniel,  e ver o país, se não  livre, ao menos com um índice de corrupção bem menor.
        O  empresário Ronan Maria Pinto, hoje controlador do Diário do Grande ABC, obteve  liberdade condicional por decisão contrária ao entendimento do juiz federal Sergio Moro, responsável pelos processos da Lava Jato em Curitiba; a decisão de libertá-lo foi tomada pelos desembargadores da 8ª Turma do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4), em Porto Alegre.
        É a primeira vez que o TRF4 concede habeas-corpus contra uma prisão determinada por Moro na Lava Jato.
        Vê-se, por aí, que o território de ataque à Lava Jato tem mesmo proporções continentais.
        Os promotores que deflagraram a Operação Carbono 14 deixavam claro que a prisão de Ronan não deveria significar que a Lava Jato iria investigar também o assassinato de Celso Daniel.
        A prisão de Ronan – explicaram – tinha a ver apenas com as razões que levaram o empresário José Carlos Bumlai, amigo de Lula, a dividir com ele, Ronan, o empréstimo “fraudulento” que obteve no Banco Schahin, de 12 milhões de reais.
        Os brasileiros ficaram a ver navios nessa história. Como entender que um tribunal do Rio Grande do Sul mande soltar um preso sob custódia da vara Federal de Curitiba? Como entender que Ronan deixe a prisão sem explicar por que recebeu metade de um empréstimo contraído por Bumlai? Como entender que a promotoria que prendeu Ronan não queira esclarecer os mistérios que ainda cercam a morte de Celso Daniel e de mais sete pessoas na esteira do assassinato de um prefeito do PT?

        Somos mesmo o país das bruzundungas!

        Em meu blog, há duas semanas, divulguei artigo tentando mostrar que o PT pode ter mandado assassinar tanto Celso Daniel quanto o Toninho do PT (prefeito de Campinas) e fui chamado de mentiroso e de irresponsável  por “jornalistas-petistas” como se alguém que pode ser rotulado de petista possa também ser considerado jornalista.

        HISTÓRICO CONSPIRA CONTRA PT

        Ronan foi um dos primeiros suspeitos de pertencer à quadrilha que mandou assassinar Celso Daniel.

        Depois da morte do prefeito, vários fatos enchem de mistério e de sangue essa história:

1º- Bruno Daniel, irmão de Celso, começou a levantar dúvidas sobre a versão que a polícia tentava impor para o crime (simples latrocínio, sem nenhuma conotação política) e teve de fugir para a França para escapar da morte; outro irmão, Francisco, teve de desaparecer do Estado de São Paulo.

2º- Gilberto Carvalho, da Executiva Nacional do PT e amigo pessoal de Lula, até agora não deu uma explicação minimamente convincente para seu trabalho de assessor de Celso Daniel. Foi acusado de ser o homem que levava o dinheiro da prefeitura para o PT.

3°- Luiz Eduardo Greenhalgh, então deputado federal pelo partido, acompanhou a necropsia do corpo e assegurou à família que Celso não tinha sido torturado, o que foi desmentido pelo legista Carlos Delmonte Printes.

4°- O legista Carlos Delmonte Printes é encontrado morto em seu escritório em São Paulo no dia 12 de outubro de 2005.  A perícia descartou morte natural.

5º- Antônio Palácio de Oliveira, o garçom que serviu o último jantar ao prefeito, em São Paulo, foi assassinado em fevereiro de 2003.

6º- Paulo Henrique Brito, testemunha da morte do garçom, é assassinado em março de 2003.

7º- Iran Moraes Rédua, que reconheceu o corpo de Daniel, foi assassinado em dezembro de 2003.

8º- Dionísio Severo, suposto elo entre a quadrilha executora e um dos mandantes do crime, foi assassinado em abril de 2002.

9º- Sérgio Orelha, amigo de Severo, foi assassinado em 2002.

10º- Otávio Mercier, investigador que ligou para Severo talvez para alertá-lo dos riscos que corria, foi morto em julho de 2003.

        Ronan Maria Pinto conhece todo esse roteiro macabro e Lula sabe que ele conhece. Penso que foi por isso – e apenas por isso – que ele ordenou a Bumlai que dividisse o dinheiro do Banco Schahim com Ronam.

        A história me parece que é esta, mas quem não quiser acreditar nela que conte outra.


-------------------------------------------------------------------------------------------
Precisamos expulsar a Samarco da mineração brasileira. Assine o abaixo-assinado  pelo link:



Ronan Maria Pinto, preso e já liberado sem contar o que sabe do assassinato do prefeito Celso Daniel

Lula também nunca contou o que sabe sobre o assassínio de Celso Daniel e Toninho do PT

Juiz Sergio Moro, ao que se informa, não queria a liberdade de Ronan Maria Pinto 

06/07/2016

Aberta a temporada de caça aos "Marajás”!

        Os brasileiros detestam Marajás! E de vez em quando se apaixonam por um Caçador de Marajás.
        Já botaram um deles na presidência da República e quebraram a cara, assustadoramente!
        Inflação em alta, economia em desarranjo; crença nos políticos e nas instituições democráticas em baixa. Pronto! Temos aí o cenário mais propício ao aparecimento de novas e agudas paixões pelos caçadores de Marajás.
        É triste, mas temos de botar novamente as barbas de molho: nesse cenário em que tudo foi potencializado – inflação novamente em alta, desemprego, recessão econômica, políticos enlameados pela corrupção, instituições democráticas abaladas pelas mesmas causas – só por milagre escaparemos de um novo Collor de Mello!
        Muitos e muitos deles já estão em aquecimento. Surgem de norte a sul do Brasil. Afinarão o discurso nas campanhas municipais e os que forem aprovados... Ah, os que forem aprovados tentarão voos mais altos. É gente ousada, sabe onde pisa e não se contenta com carguinhos... Geralmente, miram o topo, as instâncias mais altas, os “píncaros”...
        Quem tinha 18 anos ou mais em 1989 sabe de quem falo: foi nesse ano que o Brasil elegeu o seu primeiro Caçador de Marajás – Fernando Collor de Mello, um espertalhão de Alagoas, já calejado nas malandragens da política, que se apresentou aos eleitores como um garotão inexperiente, puro, um mosqueteiro do bem com juventude e coragem para perfurar o coração de todos os marajás com sua espada impiedosa. E os brasileiros o engoliram gulosos.
        Com apenas 39 anos, obteve uma votação esmagadora, tomou posse e começou a governar sem ter dado um sorriso, um único sorriso de satisfação, de alegria, de agradecimento aos eleitores.
        Não foi difícil descobrir, portanto, que o Brasil embarcara numa canoa furada, que o Brasil elegera um farsante.

REDES SOCIAIS

        Hoje, temos as redes sociais, um termômetro extraordinário para identificarmos se a temporada de caça aos Marajás já foi aberta e, se ainda não foi, quando será. Acho que ela já foi aberta nesta virada de semestre!
        Eu frequento o Facebook e estou estarrecido com a quantidade de manifestos e textos que clamam pela volta dos militares ao poder. “Só os militares conseguirão acabar com esse mar de corrupção! ”, bradam as vozes que saem do Facebook.
        As vozes que clamam pela volta dos militares são as mesmas que ajudarão a eleger, outra vez, um Caçador de Marajás. Elegerão o discurso autoritário e demagógico. São pessoas que não sabem enxergar o cafetão de gravata escondido atrás do capitão de fragata.
        As redes sociais que mobilizam multidões para as manifestações de rua servem também, hoje, para propagar preconceitos, tolices, ódios fascistóides, imbecilidades perigosas como essa, de que os militares servem para combater a corrupção.
        Eles, os militares, tomaram o poder à força a 1º de abril de 1964 e ao voltar para os quartéis 20 anos depois, largaram para trás um país abalado, censurado, torturado, impregnado de muita corrupção, desmandos e truculências. Só os tolos e desinformados podem enxergar alguma vantagem em sua volta.
        As mesmas redes que servem para mobilizar e espalhar o ódio, servem também para democratizar a informação, de modo que esse movimento pela volta dos militares e em favor de mais um caçador de marajás no poder é sinônimo de estupidez, nada mais que isso. Quem pode buscar a informação e não a busca é um estúpido!
        Quem tiver alguma dúvida, pesquise no Google por: “Casos de corrupção no regime militar”. Façam o teste e verão. Têm ali casos de corrupção à escolher, do começo ao fim da ditadura militar.

AQUELE SIM, FOI GOLPE!

        Vice de Tancredo Neves, o maranhense José Sarney precisou de longos e trágicos cinco anos para deixar o país em frangalhos!
        Aplicou dois planos heterodoxos para matar a inflação e quase consegue matar os brasileiros; a inflação mesmo continuou em ritmo galopante.
        Foi ele, Sarney, que criou o clima para a eleição do caçador de Marajás, Fernando Collor de Melo; Collor já havia sido prefeito de Maceió, governador de Alagoas e deputado federal. Sua primeira e única iniciativa como deputado foi um projeto de lei que estabelecia isenção de impostos para empresas de comunicação (sua família já era dona da maior empresa de comunicação de Alagoas).
        Apresentou-se ao país como um iniciante na política, “sem vícios e sem defeitos”, um jovem honesto, correto e intrépido. Amiguinhos da imprensa contribuíram com ele oferecendo-lhe a ideia de sintetizar numa frase tudo o que o eleitor buscava naquelas eleições, a primeira pelo voto direto desde 1964:
        - Apresente-se ao país como o “Caçador de Marajás”!, teriam aconselhado os jornalistas Augusto Nunes e Ricardo Setti, então diretores da sucursal do Jornal do Brasil em São Paulo.
        Eu trabalhava nessa época, durante a campanha de Collor, na Agência Estado (empresa do Grupo do Estadão), sob a batuta do jornalista Rodrigo Lara Mesquita. Ele me trouxera de Curitiba para coordenar, pela Agência, a cobertura das eleições presidenciais (1989). Pessoalmente, no primeiro turno, eu torcia por Leonel Brizola, pois achava que este seria o único candidato capaz de deter o furacão alagoano.

        O eleitor, contudo, não pensou assim: mandou para o segundo turno Collor e Lula. O furacão já havia soprado para bem longe Mário Covas e Paulo Maluf.
        Uma onda de boatos rondava a candidatura de Collor. Dizia-se tudo sobre ele: que havia participado do assassinato da garota Ana Lídia, em Brasília; que havia depredado a boate do Hotel Eron, também em Brasília; que havia feito um acordo “escandaloso”, enquanto governador, com os usineiros de Alagoas; que introduzira o tráfico de cocaína em Alagoas, etc. etc. etc.
        Eu propus e Rodrigo Mesquita aceitou de bate-pronto que a Agência fizesse um levantamento completo sobre tudo o que se dizia de Collor até para que os jornais da Casa – Estadão e Jornal da Tarde – tivessem condições de separar o falso do verdadeiro naquela nuvem de fatos e versões que acompanhava o candidato do PRN. “Monte a equipe e coordene o levantamento”, determinou Rodrigo.
        Assumi a missão com entusiasmo, pois imaginava que se boa parte dos boatos se confirmasse e os jornais da casa publicassem, conseguiríamos barrar a candidatura do Caçador de Marajás. Escalei grandes repórteres da rede de jornalistas da Agência, entre os quais o baiano Carlos Navarro e o jundiaiense Flávio Gut, e produzimos um vasto material que foi oferecido aos jornais da Casa.
        Dos boatos, quase tudo se confirmou, exceção da comentada participação no assassinato da menina Ana Lídia, perpetrado por seus amigos “jovenzinhos brasilienses”. Descobrimos que Collor sabia que a garota havia sido sequestrada em Brasília e levada para um ponto ermo dos cerrados, onde ficou amarrada a uma árvore por vários dias enquanto seus algozes iam e vinham da cidade apenas para torturá-la e seviciá-la até à morte. Ele não denunciou, mas não participou do crime...
        Confirmamos seu acordo escandaloso com os usineiros de Alagoas (Collor governador perdoou dívidas de ICM e, em troca, os usineiros lhe passaram dinheiro gordo para a campanha presidencial que aconteceria dali a dois anos); confirmamos a depredação da boate do Hotel Eron; confirmamos sua relação de compadre com um traficante ligado ao Cartel de Cali e que introduziu cocaína em Alagoas, etc. etc. etc.
        O plano da Agência Estado não se consumou porque o Estadão, então comandado por Augusto Nunes, se recusou a publicar o que chamamos de “Dossiê Collor”, mesma atitude tomada pelo Jornal da Tarde.
        O editor de política do Estadão, Laurentino Gomes, recebeu e aplaudiu o “Dossiê”. Ficou tão frustrado quanto nós,  da Agência, pela censura; quando perdemos a esperança de publicá-lo,  alguém que não conseguimos identificar fez chegar o levantamento a Lula, pelas mãos de Gilberto Carvalho. 

        Lula levou o dossiê para seu último debate com Collor. Estava tudo em cima de sua tribuna, na mesma pasta cor-de-rosa que o havíamos envolvido, mas não conseguiu usar nada, intimidado que foi pelo eloquente Caçador de Marajás.
        No começo da campanha, Collor viajou a São Paulo para contatos com jornalistas; uma das redações que visitou foi a da Sucursal do Jornal do Brasil na cidade. Ali estavam a sua espera os ilustres diretores da Sucursal, Augusto Nunes e Ricardo Setti.
        Collor concedeu-lhes uma longa entrevista publicada em duas páginas do JB: foi a primeira vez que a expressão “Caçador de Marajás” foi usada pela mídia.
        Collor veio armado de Alagoas: trouxe e entregou a Nunes e a Setti uma lista de uns vinte “Marajás” que disse existir no governo de Alagoas e na prefeitura de Maceió – nomes e respectivos salários mais a promessa do candidato de que estes seriam os primeiros a ser abatidos caso se elegesse.
        Enviei a relação para Carlos Navarro, já instalado em Maceió, e não demorou para que ele me enviasse a resposta, espantosa: a lista era falsa, os salários inflados em 2.000 por cento; os maiores salários de Alagoas eram de pessoas que o próprio Collor nomeara, como prefeito e depois como governador, mas ainda assim com salário muito aquém do valor que poderia ser descrito como salário de Marajá.
        A lista foi publicada com destaque na mesma entrevista assinada pelos dois eméritos jornalistas que não se dignaram a dar um só telefonema para Alagoas para checar a relação.

-------------------------------------------------------------------------------------------
-------------------------------------------------------------------------------------------
Precisamos expulsar a Samarco da mineração brasileira. Assine o abaixo-assinado  pelo link: