29/02/2016

Mais de três meses sem punição!

        Eu não tenho mais dúvida: a SAMARCO vai ganhar a guerra travada contra a Sociedade Brasileira; o tempo conspira contra o Brasil e a favor da grande responsável pelo maior desastre ambiental da sua história.
        Já não se fala tanto sobre a tragédia do Vale do Rio Doce e as iniciativas que pretendiam punir a Samarco começam a perder força.
Eu mesmo não sei mais o que fazer para alavancar o abaixo-assinado pela cassação da outorga de mineração da empresa; já
fiz de tudo, compartilhei e divulguei inúmeros textos por meu blog e pelo facebook denunciando as operações criminosas da mineração no Brasil, mas não consigo superar a marca de mil assinaturas.
        Estou na iminência de desistir; se alguém tem alguma sugestão para viabilizar a iniciativa, por favor, me passe.
        A SAMARCO é muito forte, mais forte que o Brasil ainda desunido e desorganizado.
        Olho para o balanço diário que o Ministério da Verdade divulga pelo facebook e fico deprimido, num esforço enorme para não perder a capacidade de me indignar... "116 dias sem punição, maior crime ambiental da história do Brasil: 17 pessoas mortas (e duas "desaparecidas"), comunidades inteiras destruídas, lama tóxica que devastou toda a bacia do Rio Doce por mais de 600 km e continua a contaminar o oceano em extensão ainda impossível de calcular”.

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(Secretario de Estado de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Seama), de ES, Rodrigo Júdice, tenta amenizar uma possível punição à Samarco)





22/02/2016

Vamos pedir à Globo que devolva à Mariana o dinheiro da Samarco?

        A Samarco, que não paga indenizações às famílias que ela flagelou em Mariana, teve o desplante de gastar nada menos de TRÊS MILHÕES E TREZENTOS MIL REAIS na veiculação de uma publicidade no horário mais nobre da televisão de maior audiência do Brasil, a rede Globo. “É sempre bom olhar para todos os lados” pede a propaganda da autora do maior crime ambiental da história do Brasil, como se fosse possível enxergar nalgum lugar do Vale do Rio Doce alguma coisa de bom que tenha sido causada por ela.
       
 Ali, por todos os lados, só é possível enxergar flagelo sobre flagelo, flagelo do homem, dos animais e da natureza.
        Nesta segunda-feira  cinzenta aqui em São Paulo, tive uma idéia que gostaria de compartilhar com meus amigos e seguidores: vamos pedir à Rede Globo que devolva o dinheiro que recebeu da Samarco à população flagelada de Mariana? Pretendo lançar mais um abaixo-assinado nesta semana, aguardem.
        O Ministério da Verdade, página do Facebook destinada a publicar informações relacionadas ao desastre de Mariana, nos mostra o que seria possível fazer com o dinheiro – 3,3 milhões – pagos pela Samarco à Globo:
“A Samarco poderia ter comprado 17 casas em Bento Rodrigues, para indenizar famílias que tiveram as suas  destruídas pela mineradora, ou pagar o salário mínimo mensal acordado com o MP (e que não tem sido cumprido) a 3.750 pescadores atingidos. Ou comprado ainda 3,3 milhões de litros de água mineral para a população de cidades como Governador Valadares, que não têm água segura para consumo humano na rede de abastecimento, pois o local de captação foi totalmente contaminado pela lama”.    

Temos ainda de expulsar a Samarco da mineração brasileira. Assinem o abaixo-assinado neste link:






15/02/2016

Não podemos esquecer Mariana!

        Diz o atual Código de Mineração do País chamado Brasil que 2% do lucro das mineradoras são destinados ao trio - União, Estado e Município. É o mais baixo percentual do mundo.
        Desse modo, coube à Mariana (MG) 0,7% do lucro da Samarco, empresa que, por negligência, causou, há mais de três meses, o maior desastre ambiental da história do País. Os 0,7% do lucro da empresa corresponderam a exatos 20,2 milhões de reais em 2014, quer dizer, uma mixaria, quase dinheiro de pinga.
        A Samarco nesse ano lucrou 2,8 bilhões de reais, o quinto maior lucro empresarial do Brasil. Os acionistas, a australiana HP Billington e a brasileira Vale do Rio Doce, majoritários, embolsaram nada menos de 1,8 bilhão, ou seja, 65% dos lucros de 2014.
        Nem petróleo dá tanto lucro. Mas é o prefeito de Mariana, Duarte Eustáquio Gonçalves Júnior, que dá as regras do jogo com o velho discurso de que o fechamento da empresa trará sérios problemas sociais ao município, o que não é verdade, pois se a irresponsável Samarco fechar, outra empresa, talvez mais ética e responsável, assumirá seu lugar, instantaneamente. Devem haver razões outras para o prefeito defender com tanto ardor a empresa que arruinou o município.
        É hora de cassarmos a licença de mineração da SAMARCO. Entre neste link e assine o abaixo-assinado: https://www.change.org/p/cassem-a-outorga-de-extra%C3%A7%C3%A3o-mineral-da-samarco

(prefeito  de Mariana, Duarte Eustáquio. É ele que fala grosso.)



06/02/2016

Precisamos punir a SAMARCO

        Indenização? Ela não paga. Multas? Ela não paga, nem as pequenas do IBAMA, nem a grandona do Ministério Público, de dois bilhões de reais. Segurança técnica para impedir novas tragédias? Ela não dá, não atende nenhuma das exigências do Ministério Público e nem da Justiça brasileira. Não indeniza suas vítimas, não indeniza as cidades arrasadas.
        Ela apenas se mexe de um lado e de outro, usa a influência da sócia brasileira, a VALE DO RIO DOCE, para ver se escapa incólume do aperto. E assim, devagar devagarinho, ela vai escapando de toda e qualquer punição. Estamos falando, é claro, da empresa que atende pelo pomposo nome de SAMARCO, grande responsável pelo maior DESASTRE AMBIENTAL DA HISTÓRIA DO PAÍS. 
        Já faz três meses que o derrame de lama contaminada ocorreu e ela até agora se finge de morta, como se não tivesse nenhuma culpa pela barbárie que cometeu. 
        Que ninguém se iluda: ela tem fôlego de gato e nada de braçada na lama da corrupção, muito mais venenosa que aquela que ela, acintosamente, derramou sobre o distrito de Mariana, Bento Rodrigues. Já denunciei aqui que ela havia corrompido a maioria dos deputados que formaram a comissão que o Congresso instituiu para investigar o desastre de Mariana. Sabemos lá quem ela está corrompendo agora para tentar escapar ao cerco?
        Seus tentáculos se estendem a quase todos os partidos, inclusive ao PV (Partido Verde), que tem no DNA um compromisso de proteção ao meio ambiente.
        Já disse e repito: a única arma que  a sociedade brasileira pode ter para enfrentar a SAMARCO, empresa de capital misto entre Austrália e Brasil, é o abaixo-assinado que pede a cassação de sua outorga de mineração. Ele precisaria ter milhares de assinaturas, mas até agora não atingiu o primeiro milhar.
        Peço encarecidamente a todos que me leem que ajudem a multiplicar o apoio ao abaixo-assinado. Não podemos deixar a SAMARCO impune; cada vez mais fica claro que a punição depende de nós, só de nós. 
        A partir de agora todos os textos que eu produzir para denunciar as manobras espúrias da Samarco serão transmitidos também à embaixada da Austrália no Brasil e ao consulado geral da Austrália no Brasil.
ENTRE NESTE LINK E ASSINE JÁ:













01/02/2016

Os mistérios do clima

        Em 1983, eu cobri, como repórter dos jornais O Estado de S. Paulo e Jornal da Tarde, as enchentes do Vale do Itajaí, em Santa Catarina; a população do Vale, além de flagelada, estava perplexa. Nunca ninguém tinha visto tanta chuva e tanta água represada. O rio Itajaí-Açu que corta todo o vale subira mais de 10 metros acima da caixa.
        O consenso entre as populações das cidades inundadas é que  aquela inundação era única, inaugurava um novo paradigma de enchentes no Vale. Um professor da Universidade de Blumenau convidou-me, quando as águas baixaram, para um passeio pela cidade, totalmente devastada. Ele queria mostrar-me algumas coisas, como o velho aterro da ferrovia que atravessou incólume toda aquela aguaceira; estava transformado na única avenida trafegável da cidade.
        A ferrovia fora construída pelos ingleses no século retrasado, quando já se trabalhava – há mais de cem anos – com a referência de uma enchente daquele porte ou até maior.

        Mais recentemente, como jornalista independente, eu voltei a Santa Catarina para uma longa permanência na capital, a ilha de Florianópolis. Aos fins de semana, gostava de frequentar os restaurantes da região sul da cidade.
        Num deles, havia fotos na parede – fotos aterradoras! – do mar engolindo as praias; perguntei a um garçom se sabia as razões do fenômeno e a resposta veio imediata:
        - É o aquecimento global! Com o derretimento das geleiras lá no Polo Norte, a coisa está preta...
        Perguntei a outro garçom, e a outro, perguntei ao dono do restaurante e todos pareciam ter uma resposta combinada: é o aquecimento global, o derretimento das geleiras no Polo Norte, etc etc...
        Não tive tempo de investigar o fenômeno, passei apenas pautas para os jornais locais. A Ilha parece desconhecer aquele velho e sábio dito de que o mar um dia exige de volta o espaço que lhe roubaram. Florianópolis implantou nos últimos anos vários e extensos aterros de baías e reentrâncias para ampliar o espaço para os automóveis.

        Em 1976, eu conversava com um radialista de Tubarão, ao sul de Santa Catarina, e ele me contava histórias eletrizantes da enchente avassaladora de 1975. O time de futebol local iria jogar em Recife num domingo e ele transmitiria a partida. No sábado, viajou de carro para Florianópolis onde pretendia tomar o avião para o Nordeste.
        Antes das dez horas da manhã recebeu um telefonema da família que havia ficado em Tubarão. Sua mulher já lhe fazia apelos veementes para que não viajasse.
        A mulher foi atendida e outro telefonema informava que ele não podia mais regressar de carro: a ponte da BR 101, único acesso à cidade, havia sido levada pelas águas do rio Tubarão. É o dilúvio, presumiu, enquanto fretava um pequeno avião para poder voltar para casa. Para desviar-se da tormenta que encobria a cidade, o pequeno aparelho, monomotor, teve de subir à altura de jatos.
        Meteorologistas japoneses vieram depois estudar o fenômeno de Tubarão e constataram que o volume de chuva caído sobre a cidade foi absurdo, causado por uma série de coincidências climáticas simplesmente inacreditável. As chances de voltar a ocorrer algo assim é de uma em mais de 100 milhões, disse-me o radialista.

        Quero dizer com essas histórias que “há mais mistérios entre o céu e a terra do que imagina a nossa vã filosofia”; acho que a teoria do aquecimento global é reducionista e maléfica de um lado, benéfica de outro . Benéfica porque ajuda o mundo a reduzir as diferentes formas de poluição do ar, reducionista e maléfica porque é usada para explicar de tudo, afastando milhões de pessoas das verdadeiras causas de certos fenômenos sobre as quais poderiam agir. A preocupação em salvar o planeta ocupa em certos casos todo o tempo que deveria ser empregado em salvar o rio, a fauna, a mata, a biodiversidade.
        Já disse e repito que o país que não consegue salvar seus rios, a exemplo do que aconteceu em Mariana (MG), deveria ter vergonha de dizer que deseja salvar o Planeta. Quis dizer que o país investe energia, tempo e dinheiro para estudar o aquecimento global, e não se indigna com o que aconteceu em Mariana, não na escala que teria de se indignar.
       
        A Samarco, a grande responsável pela tragédia de Mariana, é claro, não pode continuar minerando no Brasil. É hora de cassarmos sua outorga de mineração antes que ela provoque mais um desastre. Assine o abaixo-assinado:


(Enchentes do Vale do Itajaí, em 1983 - Santa Catarina)

(Casa derrubada pela força do mar, Praia da Armação - Florianópolis)

(Enchente em Tubarão SC – 1975)

(Tragédia em Mariana causada pela Samarco – 2015)