18/12/2014

Amigos que me enchem de orgulho!

        Há amigos que sempre me encheram de orgulho, como, por exemplo, o pesquisador da Embrapa, Evaristo de Miranda, que acaba de conquistar o Prêmio do Mérito Agropecuário, não apenas por mais essa merecida honraria mas por toda uma vida dedicada ao Meio Ambiente e ao que este contribui para a melhora da qualidade de vida do Homem. Visitem o site do próprio Evaristo (http://www.evaristodemiranda.com.br) para obter mais informações sobre o prêmio, detalhes da biografia do autor, inclusive da sua bibliografia, extensa.
        Fui apresentado a Evaristo de Miranda por Rodrigo Mesquita na época em que trabalhamos na Agência Estado. Eu fui diretor comercial da empresa e Miranda era o responsável pelo Centro de Monitoramento por Satélite da Embrapa, em Campinas. Formamos sólida amizade, ele me alimentando de modo didático com seus conhecimentos nessa fascinante área de comunicação por satélite. Fui um aluno muito interessado e aplicado. Certa vez, incentivado pela Agência Estado, o Núcleo, coordenado por Evaristo, aceitou o desafio de criar um serviço de Probabilidade de Chuva, que mais tarde, depois de concluído, era entregue a assinantes da AE em meio a um serviço especializado em agropecuária fornecido pela Agência
        Eu acompanhei, fascinado, junto com Miranda, todo o desenvolvimento do produto do começo ao fim. Miranda aproximou do desenvolvimento mais duas respeitáveis entidades além da Embrapa: o Instituto Agronômico de Campinas - AIC e o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais - INPE.
        O desafio foi ousado para a época. Primeiro, foram localizados os dados de registros pluviométricos armazenados em vários pontos do Brasil. Foram recolhidas séries históricas de até 80 anos de chuvas caídas e medidas por centenas de pluviômetros implantados em toda a parte. Depois, foram aplicados cálculos matemáticos pesados sobre essa enorme base de dados, numa sequência coordenada com maestria por Evaristo de Miranda. Resultado final: num simples computador, qualquer produtor rural ou pecuarista, depois de alguns cliques, era informado, de zero a cem por cento, qual era a probabilidade de chover – e em que volume – na sua região em uma semana, quinze dias, um mês. Ficou algo inacreditável!
        Sempre a trabalho, eu e Miranda viajamos inúmeras vezes de Campinas a São Paulo. Curioso, eu tirava o melhor proveito da companhia. “O que é microclima?” perguntei-lhe certa vez. E ele sempre didático me fez entender para sempre: “Repare nos taludes da rodovia, veja como a vegetação do lado esquerdo é muito diferente desta outra, do lado direito. São diferentes porque ambos os lados têm micro climas diferentes”. Entendi porque, já na época, alguns proprietários rurais mais esclarecidos contratavam especialistas para medir o microclima de suas propriedades para estabelecer indicações seguras das terras mais aconselháveis para esta ou para aquela cultura.
Foi um período muito rico em aprendizado.


(Evaristo recebendo o Prêmio de Mérito Agropecuário Deputado Homero Pereira)


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