Criei meus filhos, desde adolescentes, livres para assistir a tudo que quisessem na TV- inclusive o Programa do Ratinho. Sem censura e preconceitos. Preocupava-me apenas em transmitir uma boa escala de valores, espírito crítico, e fazia isso com simplicidade. As crianças de hoje em dia e do tempo em que meus filhos eram crianças (hoje, são adultos) são muito perspicazes, sagazes, maliciosas, o que facilitou muito minha vida de pai.
Imagino as preocupações dos pais de agora, com o advento da Internet, quando, com dois cliques no teclado de um computador, entra-se em sites com sexo explícito. A partir de uma certa idade não há limites que se imponham, tudo pode ser suplantado. Censurar a mídia? Não! Orientar as crianças e adolescentes, desenvolver nelas o espírito crítico, eis o caminho mais seguro.
Mas voltemos à Globo e sua, digamos, “perniciosidade”. Ao contrário do que pensam os detratores da emissora, ela foi a única a passar por evolução técnica intensiva e contínua na apresentação da notícia. Seu noticiário tem grande mobilidade em todo o país. Quem quiser saber o que acontece de importante, no dia a dia, do Oiapoque ao Chuí, tem de ver a Globo.
Tem de ver tudo, entretanto, de olhos bem abertos e com o espírito crítico aguçado. Por que? Por várias razões. Primeiro, porque jornalismo, por mais bem acabado que seja, tem falhas, erros de foco, de linguagem. Segundo, porque de vez em quando, e muito de vez em quando, a emissora omite informações. Ela, como todas as demais, não costuma por o guiso no pescoço do tigre e nem é louca para fazer isso.
A Veja e suas denúncias que implicavam Dilma e Lula no Petrolão falou sozinha. Foi o tempo em que funcionava o espírito solidário da mídia. A partir de agora, com a crise que se abate sobre a mídia em geral, assistiremos a um “cada um para si e o Lula para todos” cada vez mais intensivo.
Tem gente que vai detestar o que vou dizer agora, mas não faz mal: na avaliação diária que faço da emissora do Plim-Plim, vejo muito mais méritos do que deméritos. Voltaremos ao assunto - a crise da mídia - em breve...
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