12/11/2014

Altos e baixos do Plim-Plim

        Tem gente que não vê a TV Globo por princípios ideológicos ou apenas partidários. A quem me pergunta, digo que vejo bastante a Globo, sem me importar, nenhum pouco, com essa história de “mídia do capitalismo selvagem”. Acho mesmo que selvagens são os pais que privam os filhos de ver até desenho na emissora líder de audiência. Conheci uma família que, por motivos religiosos, proibia os filhos de ver televisão e eles se transformaram, quando adolescentes, em jovenzinhos com uma escala de valores abominável, menos por não verem televisão e mais, muito mais, pela incapacidade dos pais em educá-los.
        Criei meus filhos, desde adolescentes,  livres para assistir a tudo que quisessem na TV- inclusive o Programa do Ratinho. Sem censura e preconceitos. Preocupava-me apenas em transmitir uma boa escala de valores, espírito crítico, e fazia isso com simplicidade. As crianças de hoje em dia e do tempo em que meus filhos eram crianças (hoje, são adultos) são muito perspicazes, sagazes, maliciosas, o que facilitou muito minha vida de pai.
        Imagino as preocupações dos pais de agora, com o advento da Internet, quando, com dois cliques no teclado de um computador, entra-se em sites com sexo explícito. A partir de uma certa idade não há limites que se imponham, tudo pode ser suplantado. Censurar a mídia? Não! Orientar as crianças e adolescentes, desenvolver nelas o espírito crítico, eis o caminho mais seguro.
        Mas voltemos à Globo e sua, digamos, “perniciosidade”. Ao contrário do que pensam os detratores da emissora, ela foi a única a passar por evolução técnica intensiva e contínua na apresentação da notícia. Seu noticiário tem grande mobilidade em todo o país. Quem quiser saber o que acontece de importante, no dia a dia, do Oiapoque ao Chuí, tem de ver a Globo.
        Tem de ver tudo, entretanto, de olhos bem abertos e com o espírito crítico aguçado. Por que? Por várias razões. Primeiro, porque jornalismo, por mais bem acabado que seja, tem falhas, erros de foco, de linguagem. Segundo, porque de vez em quando, e muito de vez em quando, a emissora omite informações. Ela, como todas as demais, não costuma por o guiso no pescoço do tigre e nem é louca para fazer isso.
        A Veja e suas denúncias que implicavam Dilma e Lula no Petrolão falou sozinha. Foi o tempo em que funcionava o espírito solidário da mídia. A partir de agora, com a crise que se abate sobre a mídia em geral, assistiremos a um “cada um para si e o Lula para todos” cada vez mais intensivo.
        Tem gente que vai detestar o que vou dizer agora, mas não faz mal: na avaliação diária que faço da emissora do Plim-Plim, vejo muito mais méritos do que deméritos. Voltaremos ao assunto - a crise da mídia - em breve...



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