A morte de dona Marisa Letícia nos
oferece um ótimo momento para reflexão: o poder não produz a eternidade, como
muitos imaginam; produz, às vezes, tragédias e fatalidades, como nos demonstra a
ascensão e queda da Família Collor de Mello; que isto fique de alerta para os
gananciosos e corruptos...
A morte de Marisa Letícia lembrou-me outra morte feminina, a de dona Leda Collor de Mello, mãe de Fernando, de Pedro, de Leopoldo, de Ana Luíza... Dona Leda morreu em circunstâncias mais tristes, abandonada que fora – por 19 meses – em "vida vegetativa" num quarto do Albert Einstein, em São Paulo...
Não viveu para ver a renúncia humilhante de seu filho-presidente, nem a morte de seu outro filho, Pedro, com um tumor maligno na cabeça; não viveu para assistir ao enterro de mais dois filhos, Ana Luíza, de insuficiência respiratória, e Leopoldo, de câncer... Mesmo abandonada, o destino lhe poupou de muitos outros dissabores, portanto...
Dona Leda não teve tempo de desarmar a bomba que implodiu a permanência do filho no Palácio da Alvorada; como chefe do clã, ela poderia impedir que PC Farias entrasse na posse de um quinhão acionário das empresas de comunicação da família, em Alagoas, o quinhão que pertencia ao Filho Leopoldo Collor... Bastaria uma canetada sua para que a armação do filho-presidente fosse desfeita, mas ela adoeceu severamente antes...
Essa história é pouco conhecida mas tem relevância para entender o que de fato se passou. O irmão Fernando disparara na corrida presidencial e Leopoldo achou que poderia ter a sua fatia da dinheirama que entrava para financiar a campanha... Comprou a prazo um apartamento luxuoso de PC Farias, em São Paulo, comprometendo-se com prestações acima de 200 mil reais por mês. Começou a atrasar o pagamento, e PC Farias, certamente instruído pelo irmão-presidente, começou a apertar... Sem dinheiro, Leopoldo ofereceu suas ações na empresa da família em pagamento da dívida – era tudo o que Collor e PC Farias desejavam...
O que os dois certamente não ponderaram é que Pedro Collor ficaria enfurecido com a ideia de ter um sócio em Alagoas com o perfil de PC Farias, “um desclassificado”, segundo proclamou de megafone em punho.
Fernando não recuou e Pedro recrudesceu... aí vieram as denúncias pesadas contra o irmão, veio o processo do impeachment, veio a renúncia, o assassinato de PC Farias... A mãe Leda poderia ter evitado tudo, mas...
Dona Leda era altiva, elegante, arrogante... Marisa fez o papel de mulher subserviente e de certo modo conivente com as bandalheiras dos filhos, do marido e de seu sobrinho, Taiguara, golpista na África; a história, por certo, não lhe prestará homenagens...
Muita gente critica Marisa pelas redes sociais e várias outras clamam por respeito à morta... Cá no meu canto, sinceramente, acho que todas as pessoas que querem respeito na vida ou na morte, precisam se dar ao respeito... Não choro por Marisa e fiquei penalizado pelo fim silencioso e triste de dona Leda...
Vida que segue...
A morte de Marisa Letícia lembrou-me outra morte feminina, a de dona Leda Collor de Mello, mãe de Fernando, de Pedro, de Leopoldo, de Ana Luíza... Dona Leda morreu em circunstâncias mais tristes, abandonada que fora – por 19 meses – em "vida vegetativa" num quarto do Albert Einstein, em São Paulo...
Não viveu para ver a renúncia humilhante de seu filho-presidente, nem a morte de seu outro filho, Pedro, com um tumor maligno na cabeça; não viveu para assistir ao enterro de mais dois filhos, Ana Luíza, de insuficiência respiratória, e Leopoldo, de câncer... Mesmo abandonada, o destino lhe poupou de muitos outros dissabores, portanto...
Dona Leda não teve tempo de desarmar a bomba que implodiu a permanência do filho no Palácio da Alvorada; como chefe do clã, ela poderia impedir que PC Farias entrasse na posse de um quinhão acionário das empresas de comunicação da família, em Alagoas, o quinhão que pertencia ao Filho Leopoldo Collor... Bastaria uma canetada sua para que a armação do filho-presidente fosse desfeita, mas ela adoeceu severamente antes...
Essa história é pouco conhecida mas tem relevância para entender o que de fato se passou. O irmão Fernando disparara na corrida presidencial e Leopoldo achou que poderia ter a sua fatia da dinheirama que entrava para financiar a campanha... Comprou a prazo um apartamento luxuoso de PC Farias, em São Paulo, comprometendo-se com prestações acima de 200 mil reais por mês. Começou a atrasar o pagamento, e PC Farias, certamente instruído pelo irmão-presidente, começou a apertar... Sem dinheiro, Leopoldo ofereceu suas ações na empresa da família em pagamento da dívida – era tudo o que Collor e PC Farias desejavam...
O que os dois certamente não ponderaram é que Pedro Collor ficaria enfurecido com a ideia de ter um sócio em Alagoas com o perfil de PC Farias, “um desclassificado”, segundo proclamou de megafone em punho.
Fernando não recuou e Pedro recrudesceu... aí vieram as denúncias pesadas contra o irmão, veio o processo do impeachment, veio a renúncia, o assassinato de PC Farias... A mãe Leda poderia ter evitado tudo, mas...
Dona Leda era altiva, elegante, arrogante... Marisa fez o papel de mulher subserviente e de certo modo conivente com as bandalheiras dos filhos, do marido e de seu sobrinho, Taiguara, golpista na África; a história, por certo, não lhe prestará homenagens...
Muita gente critica Marisa pelas redes sociais e várias outras clamam por respeito à morta... Cá no meu canto, sinceramente, acho que todas as pessoas que querem respeito na vida ou na morte, precisam se dar ao respeito... Não choro por Marisa e fiquei penalizado pelo fim silencioso e triste de dona Leda...
Vida que segue...
Marisa Letícia e Leda
Collor de Mello
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