13/04/2015

Inconsciência e mercenarismo nas artes.

        Há pouco tempo, escrevi uma crônica super elogiosa a Alexandre Nero por seu desempenho extraordinário como “Imperador”, protagonista de “Império”, novela das nove horas da Globo. Sei que uma coisa pouco tem a ver com a outra, mas se eu fosse escrever hoje certamente não diria as mesmas coisas que disse e, com certeza teria economizado muitos dos elogios que derramei, generosamente, sobre o ator extraordinário que ele foi. 
        Vou logo avisando, não sou mórmon e não professo nenhuma seita que abomine a publicidade do álcool; sou apenas um pensador independente que acha que os personagens que sabem que têm grande audiência na TV, capazes de influenciar multidões, deveriam ter uma atitude ética e recusar fazer propaganda de bebidas alcoólicas. Como, aliás, já fez há trocentos anos atrás o piloto automobilístico  Emerson Fittipaldi.
        Alexandre Nero, Ana Maria Braga, vários cantores famosos de música sertaneja, devem dizer a si mesmos e à própria consciência, eu faço publicidade de cerveja e cerveja não mata. Devem saber tanto quanto eu que isso é falso como uma nota de doze dólares. Que o diga Sócrates, um ídolo e tanto do futebol que teve, recentemente, seu fígado destruído pela cerveja. Os apaixonados pelo esporte – milhares e milhares – não tiveram como evitar sua morte, por mais que admirassem as qualidades do jogador.


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