01/11/2016

Brasil às voltas com a esquerdopatia desesperada!

       O jornalista Carlos Marchi, meu amigo no Face e na vida real, chamou pessoas como Marcelo Freixo, o candidato do Psol, que quase leva a prefeitura do Rio (com apoio do PT, PC do B, Rede, etc.), de “esquerdopatas desesperados”. Marchi escreveu: “A esquerdopatia desesperada aparelha o Estado com a voracidade dos ratos, avança no patrimonialismo com o apetite dos cupins, caça empregos públicos com a agressividade das águias e rouba butins com a precisão dos chacais”.
        Ao ler o artigo de Marchi, puxei pela memória as circunstâncias da minha vida para tentar descobrir porque também não me transformei num esquerdopata, eu que já fora simpatizante e quase militante da esquerda que combateu, até com atos de terror, a ditadura militar.
        Preservo vários amigos com o perfil do esquerdopata, tão bem descrito por Marchi, mas eu mesmo fui transformado, aos 68 anos de vida, num homem que continua a sentir compaixão pelos pobres e indignação pela vilania dos regimes totalitários, pela barbárie, pela tortura, pela opressão, e é, hoje, o que se pode chamar de um ser arejado, atento e aberto ao desenvolvimento dos povos e da sociedade, fascinado pelas novas tecnologias e sempre disposto a rever conceitos e em não se fixar e nem se prender a verdades do passado.
        A cada minuto que passa mais me convenço que é este o caminho que meus filhos e netos devem seguir.
        Iniciei meu afastamento daquelas ideias, hoje chamadas de esquerdistas, ao ler um artigo de Paulo Francis n’O Pasquim (já não se fazem jornais como antigamente!) em que dizia: “Os atos de terrorismo só se justificam nos países em guerra, como boicote à estratégia inimiga”.
        Sábias palavras, aquelas de Francis. O terrorismo no Brasil só serviu para afiar as garras da repressão. Os atos terroristas resultaram na união das polícias e das forças armadas, num vertiginoso aumento da tortura e na ampliação do medo. A tática se revelou tão impressionantemente eficaz na postergação do regime militar, que eles mesmos, os organismos repressores, criaram as suas células de terror de modo que ouviu-se a explosão de muitas bombas depois que o terrorismo de esquerda arrefeceu.

VERDADES CRISTALIZADAS

        Lembrei-me também de uma palestra de Oscar Motomura que presenciei nos meus 30 e poucos anos de vida, quando me preparava para a função de executivo de empresas de comunicação (Agência Estado, Gazeta Mercantil, RIC). Os ensinamentos de Motomura – ainda hoje o mais competente brasileiro na formação de líderes empresariais – mostraram-me talvez a gênese dos “esquerdopatas” a que se refere Carlos Marchi: “Tomem muito cuidado – exortou Motomura – com as verdades que se acumulam aqui no fundo do cérebro – e apontava para a própria nuca com o indicador em riste – pois quando as verdades se alojam aqui, elas se cristalizam e não saem nunca mais”.
        O esquerdopata nada mais é, portanto, que uma pessoa com o fundo do cérebro lotado de verdades solidificadas e irremovíveis. Motomura iria, com uma só palestra, influenciar minha carreira de líder empresarial e influenciar minha vida de ser político que não permite que nenhuma verdade se aloje no fundo do cérebro e se cristalize. Minhas verdades, portanto, são voláteis, mutantes, pois minha personalidade esteve sempre preparada para aceitar novas verdades tão logo me sejam apresentadas com força para produzir mudanças que de algum modo contribuam com a evolução do homem...
        Minhas verdades perenes são o caráter rígido, a solidariedade, o senso de justiça, a capacidade de me compadecer com os oprimidos e de me indignar com a opressão. Estas não há o que as faça mudar. É claro que sou falível, mas desde cedo aprendi a aprender com meus erros e a pedir desculpas sem pejo... Nunca tive nenhum constrangimento em dizer que errei e a reconhecer meus erros com a máxima rapidez possível. Abomino a arrogância!

APRENDER COM O MUNDO

        Sendo assim, me vejo sintonizado com as grandes transformações do mundo. Parece que isso é ser contemporâneo, virtude que os esquerdopatas se negam a aceitar.
        A derrubada do Muro de Berlim e a recente implosão da União Soviética nos mostram com clareza que os regimes que propõem o controle da economia pelo Estado não funcionam e jamais funcionarão e que não se pode proibir os povos de olhar para os lados. Nos mostram, portanto, que Josef Stalin foi um genocida e o conceito de direita e esquerda, tal como o compreendíamos há pelo menos 20 anos atrás, não existe mais.
        Por sua vez, Cuba nos mostra que as revoluções populares têm começo, meio e fim e que as lideranças revolucionárias, se continuarem vivas, têm por obrigação identificar esses ciclos para não ver a Revolução transformada exclusivamente num regime opressor.
        A China só tem conseguido alimentar e produzir riquezas para grande parte da população de quase 1,5 bilhão de habitantes porque promoveu, inteligentemente, a abertura de sua economia para as leis de mercado, as únicas capazes, pelo que tem sido demonstrado em inúmeros experimentos mundiais, de produzir riqueza em níveis satisfatórios.
        Aprendi também que só é possível distribuir riquezas quando se as produz !
        A história recente do Brasil também é cheia de ensinamentos, a começar pela percepção cristalina de que Luiz Ignácio Lula da Silva conseguiu permanecer oito anos na presidência, apesar de já estar capitaneando a maior roubalheira da história da República, porque colocou na gestão da moeda e do Plano Real um homem de mercado, o  competente Henrique Meirelles; e Dilma Rousseff fracassou retumbantemente no segundo mandato porque se recusou a aceitar a indicação de Lula para colocar Henrique Meirelles de volta no comando da Economia, fazendo uma opção por incompetentes (Guido Mantega) e tecnoburocratas (Joaquim Levy e Nelson Barbosa).
        Há dezenas de outros exemplos no Brasil e no mundo da força das leis do mercado, mas não adianta insistir com eles: suas cabeças (o fundo do cérebro), já estão tomadas pelas verdades cristalizadas e irremovíveis. São assim os perigosos esquerdopatas! Só as eleições, como estas últimas, serão capazes de derrotá-los ou, como diria Lula, de “extirpá-los”!


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* Precisamos expulsar a Samarco da mineração brasileira. Assine o abaixo-assinado pelo link:
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Marcelo Freixo

Oscar Motomura

PauloFrancis

Guido Mantega


Joaquim Levy




Desastre em Mariana


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