11/12/2014

João Vitamina, humor de qualidade nas canchas de bocha

        Os passageiros já estavam em seus assentos - João Vitamina começando a contar uma de suas anedotas a seus amigos da bocha - e todos, 235 deles, num jato de última geração, aguardavam a chegada do comandante para iniciar o voo; de repente, aparece um homem de óculos escuros, bengala, tateando o piso: “é cego”, alguns gritaram já espantados; ainda não refeitos do susto pela descoberta, veem entrando na cabine de comando outro homem, também de óculos escuros, bengala, tateando o piso. “O subcomandante também é cego!”, gritaram outros enquanto procuravam a porta de saída, já fechada!
        Todos, rezando, tiveram de segurar o tranco em seus lugares. Turbinas ligadas, o avião começou a correr na pista rumo à decolagem; corre, corre e corre, sempre aumentando a velocidade; quem estava na janela viu que a pista estava acabando e de repente todos soltaram um só grito – EEEI! – e ao mesmo tempo o avião decola, macio, suave, para ganhar as alturas.
        Comentário do subcomandante ao comandante quando o Boeing já estava a dez mil metros de altura e em velocidade cruzeiro:
- No dia que essa galera não gritar estaremos ferrados, hem comandante !?
        João Vitamina na cancha, ou seja lá onde estiver, a alegria estará junto. Sempre foi assim. Quando ele vem em casa, fico preparado com a certeza de que darei muitas risadas. Não faz muito tempo surpreendi-o olhando para uns quadrinhos que tenho na parede: fotos antigas de uma baleia sendo arpoada e arrastada para a praia; é normal as fotos despertarem admiração e tristeza. A reação de Vitamina foi inversa:
- É isso mesmo, tem de matar esse bicho safado!
- Que isso João? Como pode dizer uma coisa dessas? - reagi indignado.
- É isso mesmo. Tem de matar. E sabe por quê? Um bicho desses come uma tonelada de sardinha por dia e a carne dele não há Cristo que consiga comer- restou-me dar risadas.
        Num outro dia ele reaparece, depois de ficar uns dias sumido. Contou que tinha viajado para o Mato Grosso para passar uns dias na fazenda de um amigo. Voltou cheio de histórias. Uma delas:
- Uma tarde o capataz da fazenda me convida para dar um passeio a cavalo e trazer para o curral um tourinho que estava atacado de carrapatos. Nunca vi um negócio daqueles, tinha tanto carrapato grudado no couro do bicho que não havia espaço para encostar a ponta de um dedo. Chamei o dono da fazenda e aconselhei: ao invés de matar os carrapatos, melhor matar o touro.
        No sábado em que me levaram de cadeira de rodas à cancha de bocha da Fazenda Barreiros, em Louveira, João Vitamina se antecipou a mim e chegou lá bem mais cedo. Encontrei-o à beira da piscina quase matando Rodrigo Mesquita de tanto rir.


(Título: Chupa porcada!  -  Foto de João Vitamina em 1981)

Um comentário:

  1. MEU CARO AMIGO PIO : VE-LO SORRIR É O QUE MAIS ME AGRADA EM NOSSOS ENCONTROS !!! NAO LEMBRAVA MAIS DA BALEIA !!!! PURA VERDADE !!!!!! KKKKKKKK- J VITAMINA !

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