10/10/2014

Apaguem a luz, por favor! (3 de 5)

        Usei nome fictício nesta nota para proteger o personagem, mas a história é verdadeira e presenciada por mim.
        Sei pouco sobre seu José da Rocha. É um senhor de uns 60 anos de idade, falante, alegre. Fazíamos algumas atividades juntos e era só. Uma tarde participei com ele de uma mesa redonda da Psicologia, uma das atividades no Lucy Montoro. 
        A tarefa estabelecida a cada paciente era matar uma charada proposta pela coordenadora da mesa. A pergunta era feita com antecedência a cada um, de modo que na maioria das vezes todos já haviam matado a charada antes da pessoa a quem era dirigida a pergunta. Ninguém podia revelar a resposta em voz alta.
        Quando a charada foi proposta a seu José todos descobrimos que a resposta correta era “lua cheia”. Mas seu José encalhou. Não havia jeito de acertar. Deu chute para tudo quanto foi lado, mas só mandava bola para as arquibancadas. Nisso, ao perceber que o tempo passava e seu José continuava longe do alvo, a coordenadora resolveu dar-lhe uma ajuda:
        - Seu José, olha, pense na luz que os namorados mais gostam...
        - Luz que os namorados mais gostam? Ah, já sei, luz que os namorados gostam é a luz apagada! 


(Imagem de um casal abraçado e a Lua cheia ao fundo)

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